EMBARCAÇÕES NA AMAZÔNIA TÊM ESTRUTURA PRECÁRIA
No ano passado, por exemplo, só na região do Pará
foram 50 acidentes envolvendo barcos
Na Amazônia, a maior parte
dos barcos que navegam pelos rios tem estrutura precária. As principais razões
para o grande número de acidentes são: tripulação sem habilitação;
superlotação; desrespeito às condições climáticas; e embarcações fora das
especificações da Capitania dos Portos. Para lembrar, um dos mais graves
acidentes aconteceu em 1981 com o navio Sobral Santos II, no porto de Óbidos.
O barco saiu de Santarém
com destino a Manaus no começo da noite. Antes do amanhecer, ao atracar em
Óbidos, o navio virou. No acidente morreram entre 250 e 300 passageiros, mas a
tragédia não bastou para evitar os riscos que até hoje correm os que se
aventuram por este meio de transporte na rota entre Manaus e Belém, a mais
concorrida da hidrovia.
O acidente mais recente
aconteceu no início deste mês, no dia 9, quando uma embarcação com 32
passageiros naufragou próximo à ilha de Jutuba, na Baía de Guajará. O barco
colidiu com uma balsa, que há alguns anos já naufragara na orla do distrito de
Icoaraci. Os passageiros saíram do trapiche de Icoaraci com destino à ilha de
Cotijuba. Todos foram resgatados com vida.
A Capitania dos Portos não
tem estrutura suficiente para fazer a fiscalização. No ano passado, por
exemplo, só na região do Pará foram 50 acidentes envolvendo barcos, sendo que
seis resultaram em naufrágios. Este ano já são 20 acidentes registrados. São
apenas 66 lanchas para fiscalizar uma área de mais de 3,8 milhões de
quilômetros quadrados.
Solução passa por
regularização
O número de empresas
regularizadas junto à Antaq aumentou, segundo informou Adalberto Tokarski. Em
2012, seis empresas foram regularizadas no transporte longitudinal de
passageiros, e 23 novos processos foram abertos relativos à prestação de
serviço nessa modalidade, dos quais 17 já obtiveram autorização da Agência.
O trabalho feito pela
Antaq, segundo Tokarski, vai contribuir para a formulação de políticas públicas
na área da navegação fluvial de passageiros e auxiliar o governo federal na
elaboração de novos estudos para o desenvolvimento sustentável da região.
Segundo o superintendente
de Navegação Interior da ANTAQ, o objetivo do estudo foi ter uma fotografia
real desse tipo de transporte em toda a Região Amazônica. “Este estudo é da
mais alta importância para a Região Amazônica, onde os rios são as estradas”,
observou Tokarski, salientando que o levantamento quer contribuir para formulação
de políticas públicas na área da navegação fluvial de passageiros e auxiliar o
governo federal na elaboração de novos estudos para o desenvolvimento
sustentável da Região.
A regulamentação da
atividade, investimentos de Estados e Municípios e subsídios para uma tarifa
praticável são algumas soluções apontadas para a implementação do transporte
público fluvial.
De acordo com o
superintendente, ela é possível sim e algumas cidades do País já adotam o
sistema, como Porto Alegre e Marabá, este último ainda em estudo. “Agora que o
País acordou para a questão da mobilidade urbana, é preciso inserir nas pautas
de discussão a questão do transporte fluvial urbano”, ressalta.
O estudo feito pela Antaq
também levantou o perfil dos passageiros. Conforme o levantamento, 50,9% dos
passageiros são homens e 49,1%, mulheres. Em relação à faixa etária, 38,2% dos
passageiros têm entre 18 e 30 anos; 24,8% (31 a 40); 17,8% (41 a 50); 10,8% (51
a 60); e 8,3% (61 a mais).
Fonte/Foto:
Diário do Pará
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