AÇÃO DOS EUA NÃO DEVE DERRUBAR PREÇO DA
GASOLINA, MUITO MENOS NO BRASIL
O presidente americano Joe Biden anunciou
hoje (23) um acordo inédito para elevar a oferta de petróleo no mercado global,
em conjunto com outros países, entre eles a China. Os Estados Unidos vão
retirar 50 milhões de barris de suas reservas estratégicas para aumentar a
oferta de petróleo no mercado americano.
O problema é que os especialistas avaliam que os impactos diretos
sobre o preço dos combustíveis nas
bombas não serão significativos. As informações são do colunista José Paulo Kupfer.
Outros participantes do acordo - Índia, Coreia, Japão e Reino
Unido - não tornariam disponíveis muito mais do que 15 milhões de barris. O
total não chega a fazer cócegas num mercado em que oferta e demanda se
aproximam de 100 milhões de barris/dia.
Para o Brasil, onde valores finais nas bombas seguem as cotações
internacionais, convertidos pela taxa de câmbio do dólar ante o real, o efeito
direto tende a ser ainda menos expressivo. Uma eventual redução nas cotações
internacionais em razão do movimento coordenado por EUA e China sobre os
produtores tende a ser compensada pela atual pressão altista sobre a taxa de
câmbio.
A pandemia produziu fortes instabilidades no mercado internacional
de óleo e gás. Em março de 2020, as cotações desceram a US$ 35 por barril e
chegaram a um impensável valor negativo no mês seguinte, diante do colapso
global da atividade econômica.
Com a recuperação dos negócios em 2021, combinada com a redução da
oferta - só nos Estados Unidos, a redução da produção entre 2020 e 2021 chegou
a 70% - os preços escalaram e já subiram mais de 60% em dólares.
Na newsletter Olhar Apurado de hoje, trazemos uma
curadoria com os pontos de vista dos colunistas do UOL, que
acompanham de todos os ângulos a repercussão do noticiário.
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