ARTIGO | 'SE NÃO QUISER JOGAR ASSIM, NÃO JOGUE!'

Por André Lima (*)

Junho, 2020 - Ok, eu sei que você deve estar pensando que esse não é o melhor lugar para falar sobre séries. Acontece que esse não é um papo sobre série, é sobre time, empreendedorismo e coisas legais que você deveria estar assistindo nessa quarentena.
Antes que você me considere algum fanboy ou algo do tipo, é bom deixar claro que eu nunca gostei de basquete. Talvez por que sempre fui muito alto e a pergunta que mais ouvia era: “Mas, você joga basquete né?”, como se fosse algum tipo de obrigação de todo sujeito relativamente alto.
“Arremesso Final”, que na versão original recebe o nome muito mais massa de “The Last Dance”, narra a história da formação do time do Chicago Bulls, multicampeão na década de 90, e da ascensão de Michael Jordan, desde seu início até o momento que eu chamo de “master funckin’ glória que poucos no universo chegarão”.
O roteiro é perfeito, as imagens de bastidores são impensáveis para a época, e as viagens no tempo entre os títulos da equipe e o último ano deles juntos constrói toda a narrativa da história. Tudo é perfeito, tão forte que faz você se transportar e viver aquilo.
Ver a diferença entre os craques daquele time e como eles se completavam.
A excentricidade transgressora de Dennis Rodman.
A humildade e generosidade em ser o melhor “número 2” possível de Scottie Pippen.
A genialidade e sede incansável de vitória de Michael Jordan.
O maestro zen Phil Jackson.
É impossível assistir à história e não conectar esses personagens reais com pessoas que conhecemos e, até mesmo, se identificar por vários momentos.
É louco também perceber como Michael Jordan, que já era disparado o melhor do mundo, só conseguiu chegar ao topo quando teve um grande time ao seu lado e aprendeu a liderá-lo e jogar junto, explorando as habilidades, os defeitos e até temperamentos de cada um (inclusive os seus próprios).
Deve ser por isso que o esporte é algo tão maluco e apaixonante. Por ter essa proximidade insana com o mundo real.
As tretas, as autocobranças, a pressão. Tudo, absolutamente TUDO, se parece com a vida.
A série mostra o time do Chicago Bulls, mas o que vemos poderia ser facilmente comparado com empresas de sucesso. As lições vão desde as dificuldades e o tempo que se leva para se formar um grande time, até o entendimento de que as pessoas têm habilidades e papéis diferentes, mas que juntas elas podem fazer a diferença.
Assistir só o monólogo final do episódio 7 já vale mais do que qualquer coaching e faz arrepiar, mostrando as verdades e dificuldades por trás das conquistas.
The Last Dance dá uma surra na nossa cara sobre liderança, vontade de vencer e faz até quem odiava o basquete (como eu) passar a amar.
 


(*) André Lima, é paulista, do interior de São Paulo, e escolheu o interior gaúcho para viver e empreender desde os 19 anos. Publicitário, cofundador e diretor de criação da agência Batuca, é viciado em metáforas com futebol e apaixonado por pão com manteiga na chapa.

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