ALEPA EM DISPUTA


Fervilham os bastidores políticos parauaras com a eleição da vez: a presidência e mesa diretora da Assembleia Legislativa. Os deputados Iran Lima, Chicão, Eraldo Pimenta e Chamonzinho, todos do MDB, são os favoritos, pela condição de correligionários do governador eleito, Helder Barbalho, e gozarem de sua amizade e confiança. Renato Ogawa, do PR do vice-governador eleito Lúcio Vale, e Martinho Carmona, que é do MDB mas sempre adotou postura independente, também colocaram seus nomes.  Mas eis que o novato Daniel Barbosa Santos, o Dr. Daniel, do PSDB, que trabalhou contra seu próprio partido durante a campanha, aparece como o possível ungido, como recompensa por sua atuação. O acordo, no segundo turno, teria sido de que ganharia a presidência da Alepa nos dois primeiros anos e em seguida se candidataria a prefeito de Ananindeua, abrindo assim mais uma vaga no Legislativo. O primeiro suplente do PSDB é Alexandre Von.
Como se sabe, desde as mais remotas eras, é o governante de plantão, com o apoio da sua base aliada no parlamento, quem define essa questão, embora a Alepa seja poder independente. O que não quer dizer que pode ser qualquer um. Obviamente, cabe ao candidato viabilizar seu nome perante seus pares. Aí entra a experiência e o perfil político, para fazer a diferença.
Num exercício de futurologia quanto à engenharia política a ser adotada (sem bola de cristal), em caso de o Dr. Daniel virar presidente da Alepa, há a possibilidade de Iran Lima, que é auditor concursado da Sefa, passar pelo menos os dois primeiros anos do mandato como secretário da Fazenda. É um técnico competente, conhece bem a área e se relaciona bem com seus colegas auditores e com o Sindifisco. Abriria vaga para o primeiro suplente emedebista, Ozório Juvenil. Por sua vez, nesse caso Chicão poderia ser o líder do Governo. Ou não, como diria Caetano Veloso. Chicão e Dr. Daniel são adversários políticos e concorrentes diretos em Ananindeua. Daí que não é segredo para qualquer observador o fato de Chicão se recusar a aceitar tal estratégia. Seria uma espécie de
suicídio político. Afinal, ambos cultivam as mesmas pretensões. E Chicão, afinal de contas, cuja lealdade inquestionável deve ter um peso, é prata da casa e amigo do peito da família Barbalho. Unha e cutícula, por assim dizer.
Já Eraldo Pimenta conta com dois trunfos: um, o compromisso assumido no início da campanha pelos membros da “Bancada da Resistência” (que faz oposição ao governador Simão Jatene), de que o mais votado entre eles seria o escolhido. E o outro, seu perfil conciliador, que lhe garante bom trânsito em todas as bancadas e inclusive a declaração de voto de deputados oposicionistas ao futuro governo. Pimenta, reeleito com a maior votação de sua bancada atual (Chamonzinho alcançou mais votos, mas será estreante), é a maior referência política na região da Transamazônica e Santarém-Cuiabá. Foi vereador, presidente da Câmara de Municipal e prefeito de Uruará por duas vezes, presidente da Amut - Associação dos Municípios da Transamazônica, presidente do Consórcio Belo Monte (integrado por onze prefeituras à época) durante seis anos consecutivos, e secretário executivo do Consórcio Tapajós (composto por sete prefeituras). Na Alepa, presidiu a prestigiada Comissão de Ecologia, Meio Ambiente, Geologia, Mineração e Energia.
Chamonzinho também é competitivo e foi um dos coordenadores da campanha no Sul do Pará. A disputa promete ser animada. Os mandatos da atual Legislatura só acabam no dia 31 de janeiro de 2019. E no dia 1º de fevereiro, em sessão com votação secreta (daquelas que guardam em si apelo irresistível à trairagem), será eleito o presidente da Alepa e demais membros da Mesa Diretora.

Fonte/Foto: Franssinete Florenzano

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