COM QUEDA DO FPM, PREFEITURAS AMAZONENSES CORTAM DESPESAS
Prefeito de Manaus, Arthur Neto, prepara reforma administrativa para simplificar a máquina pública e economizar |
Tanto a capital como as prefeituras do interior se
desdobram para equilibrar as contas com a redução dos recursos para administrar
O repasse do ICMS do Governo Federal para a Prefeitura
de Manaus, de janeiro a agosto, a arrecadação caiu -4%
Com a redução de 12,38% em
relação ao mesmo período do ano passado, o prefeito de Manaus, Artur Neto
(PSDB), recebeu R$ 8,87 milhões do Fundo de Participação dos Municípios (FPM)
da terceira parcela de setembro. Porém, de acordo com ele, será necessário
economizar R$ 200 milhões para não piorar a crise. Por isso, ele deverá
anunciar uma nova reforma administrativa e determinar uma série de cortes para
reduzir gastos.
“Essa redução prejudica
muito, porque a queda tem sido constante, mês a mês, ainda mais com o ICMS
caindo. Machuca muito mais os municípios pequenos, mas prejudica Manaus também.
As receitas próprias, nós temos asseguradas”, disse, ao ressaltar a
dificuldade. “Em raros casos, descontamos a inflação e seguramos o valor real.
Temos cuidado das receitas próprias. Tenho que fazer uma economia de R$ 200
milhões para tapar o buraco”, completou.
Sem querer dar mais
detalhes sobre quais setores da gestão deverão ser afetados pelas mudanças,
Artur revelou que a maioria delas não precisará ser enviada à Câmara Municipal
de Manaus (CMM) para apreciação dos vereadores. O caminho será feito diretamente
pelo Poder Executivo, com publicação no Diário Oficial do Município (DOM). Ele,
inclusive, declarou que poderia até economizar mais do que o necessário.
“Muitas medidas dependem
de decreto meu. Temos que poupar até para reaver a queda de arrecadação.
Mantendo o mesmo corte, no outro ano, chegaremos a dezembro de 2016 bem. Ainda
é complexo dizer onde, estou com um leque de opções. Mas quero estabelecer essa
meta mínima de R$ 200 milhões. Um dos meus objetivos é não praticar nenhuma
injustiça. Espero poder anunciar já na próxima semana”, concluiu.
Para o vice-prefeito de
Boca do Acre (a 950 quilômetros de Manaus), Alysson Pereira de Lima (DEM), as
cidades pequenas e mais distantes da capital são as mais afetadas.
Principalmente, porque dependem do FPM para garantir serviços básicos. “É um
baque horrível para os municípios, a maioria não tem recursos, qualquer tipo de
receita própria”, declarou. “Todos associam a FPM às despesas fixas, como a
folha de pagamento, por exemplo”, enfatizou.
Interior
A situação de
desequilíbrio nas contas públicas se repete em vários outros municípios do
interior do Amazonas, obrigando gestores a tomar medidas como a redução do quadro
de servidores e priorização de serviços na tentativa de conter gastos e evitar
paralisação administrativa.
Blog: Adimilson Nogueira
Prefeito de Apuí
“O grande problema de Apuí é que tem uma logística diferenciada: são
1,6 mil quilômetros de estradas vicinais. Nosso custo fixo é muito complicado.
Não temos como pagar coleta de lixo, custear o transporte escolar — temos 19
linhas de ônibus — e a complementação da merenda escolar nos polos. Estamos em
uma situação muito complicada. Por isso, vou demitir 40 comissionados e
suspender parte desses contratos. Também reduzimos os salários de 21 dos
contratados da Saúde de nível superior. Tivemos o aumento do piso nacional dos
professores e do salário mínimo, mais aumento de produtos, como material de expediente,
gasolina e merenda escolar. Sofremos uma perda de R$ 250 mil por mês”.
Fonte/Foto:
Natália Caplan – A Crítica/Evandro Seixas
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