GARANTIDO EXALTA RENASCIMENTO, FORÇA E VIDA EM SUA ÚLTIMA NOITE NO FESTIVAL
“Parintins não é um lugar
perdido, tem seu renascimento na arte e no povo amazonense”, destacou o
apresentador Israel Paulain, pouco antes de iniciar do boi encarnado desfilar
na arena
O renascimento do boi Garantido, da força e da vida foram o combustível da terceira apresentação do bumbá vermelho no 50º Festival Folclórico de Parintins. O tema da noite, “Vida e Renascimento”, deu asas à renovação. “Parintins não é um lugar perdido, tem seu renascimento na arte e no povo amazonense”, destacou o apresentador Israel Paulain, pouco antes de iniciar do boi encarnado desfilar na arena.
Uma
das primeiras alegorias da noite trouxeram uma versão imensa do pai Francisco
com Lindolfo Monteverde, em um cavalo de pano. Em seguida, coração gigante com
uma coroa pousada no topo trouxe para a arena a Sinhazinha da Fazenda, Ana
Luisa Faria, que anunciou estar em seu último festival. A sinhá veio
acompanhada do seu pai na história, o amo-do-boi, interpretado por Tony
Medeiros, e pela Mãe Catirina e Pai
Francisco.
A
alegoria trazia a verdadeira história do auto do boi vermelho. No enredo, Chico
havia matado o boi favorito do amo. De tanta tristeza, ele recorre ao pajé
curandeiro, vivido por André Nascimento, para ressuscitar o bumbá. Após a
ressurreição do boi, ele começa a brincar e é hasteado por uma garça pela arena
do Bumbódromo. Quem o acompanha em solo é a vaqueirada do Garantido. Em
seguida, a porta-estandarte Daniela Tapajós sai do coração gigante coma coroa
no topo e evolui na arena.
Apresentado
como “criador e criatura”, o tripa do boi Denildo Piçanã tirou a fantasia em
meio à arena por alguns minutos e foi ovacionado pela galera vermelha e branca.
Um dos momentos de nostalgia pura foi protagonizado pelo levantador de toadas
Sebastião Júnior, que cantou a tradicional “Lamento de Raça”, composta pelo
lendário Emerson Maia. Antes de cantar, o cantor seguiu com uma comovente
introdução em uma flauta, mostrando seus dotes como músico.
O
pajé André Nascimento evoluiu na arena em meio às tribos indígenas de uma forma
emocionante: enquanto a tribo fazia coreografias circulares em torno dele, o
conselheiro espiritual e místico dançava no meio do círculo, que tinha uma
iluminação dourada. Os movimentos do pajé faziam com que a luz se propagasse e
ficasse similar ao sol. Em seguida, uma alegoria do Lindolfo Monteverde vestido
de pescador trazia a Rainha do Folclore, Isabelle Nogueira.
A
própria Rainha do Folclore fez uma participação especial no momento mais
emocionante da noite: a representação da vida por meio da maternidade.
Conduzida em meio às mães guerreiras da tribo que estavam gestantes, ela
evoluiu e, em uma bela interpretação cênica, fez um parto no meio da arena. A
cunhã-poranga Verena Ferreira surgiu na alegoria da lenda Ukarãmã, presa aos
pés de uma arara vermelha gigante, que conforme subia e seguia para frente a movimentava
pela arena. Para encerrar a noite, o boi Garantido gigante foi hasteado nos
altos da arena e trouxe um letreiro luminoso com os dizeres “50 anos de
festival – Vida”.
Fonte/Foto: acrítica.uol.com.br/Lucas
Silva
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