COM 'PROMESSA DE VIDA', GARANTIDO EMOCIONA POR SIMPLICIDADE NA SEGUNDA NOITE
O boi da Baixa de São José abordou as origens, crenças
e simplicidade do fundador, o pescador Lindolfo Monteverde
“Lindolfo não morreu, ele
está junto a nós”, bradou o apresentador do boi Garantido Israel Paulain logo
no início da 2ª noite do boi vermelho e branco no 50º Festival Folclórico de
Parintins. Sob o tema “Promessa de Vida”, a apresentação exaltou a fé e a promessa
do pescador Lindolfo Monteverde, fundador do Garantido, a simplicidade do boi
da Baixa de São José e a emoção tomada pela galera na hora de celebrar o bumbá.
A Batucada do bumbá já
entrou na arena rufando os tambores e demais instrumentos do núcleo na arena,
mesmo antes de assumir a posição na arena. “Com o rufar da Batucada ouvimos sua
voz”, declarou Paulain. Um dos momentos mais emocionantes da apresentação
aconteceu logo em seguida: um garotinho representou Lindolfo Monteverde na
infância e defendeu a promessa do fundador do vermelho ao boi, diretamente da
arquibancada com a galera.
A emoção foi tanta nessa
hora que foi possível ver membros do staff do Garantido, torcedores e outros
profissionais do Bumbódromo se debulharem em lágrimas. Em conversa com
oacritica.com após apresentar-se, o pequeno Pierre Lima, de apenas 8 anos,
declarou ter ficado com um pouco de medo de interpretar o texto que ganhou.
“Era muita gente na arena”, disse ele, lembrando que também se emocionou.
Questionado sobre o que ele achava sobre os demais terem se emocionado tanto,
ele engatou: “É ótimo”.
Outro destaque foi a
veiculação de um áudio inédito de uma toada cantada por Lindolfo em 1977.
Primeiro item feminino a pisar na arena, a porta-estandarte Daniela Tapajós
saiu do coração de uma alegoria que representava Monteverde e encantou a todos
na arena. Para dar ainda mais voz às origens de Lindolfo, o boi vermelho trouxe
uma alegoria que colocou na arena embarcações quase que reais que praticamente
“navegaram” sobre a pista do Bumbódromo. Os barcos Vida e Dona Sebá trouxeram
navegantes que estavam com as mãos unidas, simulando um ato de oração.
A alegoria que trazia um
Curupira gigante surpreendeu ao revelar a entidade com duas faces na mesma
cabeça e dois corpos no mesmo tronco. Ao virar o tronco do Curupira, a alegoria
revelou a exuberante cunhã-poranga do boi vermelho, Verena Ferreira, chegando
na arena com uma indumentária verde, onde metade do seu corpo estava pintado
com
tinta verde e desenho de
rugas grossas, projetando-a como uma mulher-lagarto.
O ritual Apurinã trouxe
uma alegoria com módulos inicialmente estáticos, mas que ganhou movimentos
simultaneamente e surpreendeu o público. A figura do espírito animal maligno
Kupuatitirã sendo hasteada para arena impressionou pela quantidade de
movimentos que tinha em todas as partes do corpo – o que fazia o animal parecer
real. No fim, o levantador de toadas Sebastião Júnior cantou a toada “Vermelho”
em dueto com o compositor do hino vermelho, o próprio Chico da Silva, que se
fez presente na arena.
Fonte/Foto:
parintinsamazonas.com.br – A Critica/Clóvis Miranda
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