FLANELINHAS FATURAM ATÉ R$ 400 POR DIA COM AUMENTO DE VAGAS NO CENTRO DE MANAUS



Guardadores de carro lucram em dobro com a liberação de 300 novas vagas no Centro, para as compras de fim de ano
O guardadores de carros, mais conhecidos como "flanelinhas", dobraram a renda diária depois da liberação da avenida 7 de Setembro para estacionamento. Antes, eles arrecadavam aproximadamente R$ 200 em um dia de trabalho. Agora, com 300 novas vagas em via pública, os flanelinhas chegam a lucrar até R$ 400 por dia.
Eles tentam organizar o trânsito, conseguir vagas para os motoristas e reparar os veículos. O trabalho ocupa quase 15 horas do dia, de segunda-feira a sábado. Mas, apesar dos riscos, muitos afirmam que esta é a única maneira de sustentar a família. É o caso do guardador de carros Francisco Ferreira, de 67 anos. Ele trabalha há mais de 35 anos no Centro e é um dos flanelinhas mais respeitados da área. "Este é meu emprego e é como sustento minha casa há muitas décadas. Este é um trabalho como outro qualquer, com a diferença de que nunca temos uma certeza de quanto iremos ganhar em um dia".
Geralmente a renda aumenta todo fim de ano, mas este mês promete ser melhor, de acordo com Francisco. "Acredito que o mês de dezembro de 2014 vai ser excelente para os guardadores por conta do estacionamento liberado na avenida 7 de Setembro e em outras ruas. Cada um tem sua área e, como a rotatividade é grande, facilita muito", comentou.
'Intrusos'
Novos guardadores não têm vez no Centro. Quem chega de "intruso" é logo chamado atenção e expulso da área, uma vez que já existem 600 flanelinhas trabalhando no Centro, todos cadastrados pela Associação dos Guardadores e Lavadores de Veículos de Manaus (Aglavan).
"Através da padronização e da identificação do crachá, temos conseguido administrar bem a questão dos guardadores no Centro. Temos a Polícia Militar como parceira e nós estamos colaborando nas informações quando percebemos que algo ameaça nosso trabalho", informou o presidente da Aglavan, Henrique dos Santos, que trabalha na avenida Eduardo Ribeiro, no Centro, há 29 anos.
A padronização com crachá de identificação começou em setembro deste ano para impedir a atuação de trabalhadores irregulares. Os guardadores associados afirmam que não exigem um valor em dinheiro e que "cada cliente dá o que tem".
"Nosso diferencial é que não cobramos uma taxa. Os clientes pagam o que podem pagar. Muitos vêm fazer compras e dão os trocados, que pra gente já é bom. Enquanto os outros 'intrusos' chegam a taxar o valor cobrado. Já vi gente cobrando até R$ 10 para guardar o veículo", disse João Augusto, 46.
O guardador Claudinei Sarmento, 40, também está satisfeito com o movimento no Centro, mas teme ficar sem trabalho com chegada do sistema de estacionamento rotativo 'Zona Azul'. "O movimento está ótimo, muitas pessoas estão vindo fazer compras e esperamos uma melhora significativa a partir do dia 15, que é quando a população vem mais ao Centro. Tenho tirado entre R$ 250 e R$ 300 em um dia de trabalho, mas estamos preocupados porque no ano que vem já começa a 'Zona Azul'".
Fonte/Foto: Luana Carvalho - acrítica.uol.com.br/Lucas Silva

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