EM BELÉM-PA, JOVEM DEVORA LANCHE COM 1,2 KG DE CARNE EM MENOS DE 14 MINUTOS
Ele foi o único vencedor da disputa promovida em
Belém.
Lista de lanches gigantes inclui hambúrguer-pizza com
35 cm de diâmetro.
O empresário paraense
Armando Contente participou de uma maratona gastronômica: ele devorou um
hamburger gigante com 1,2 kg de carne em 13 minutos e 59 segundos. O desempenho
impressionante fez do jovem o único vencedor do desafio promovido por uma
hamburgueria de Belém, que, além de não cobrar pela refeição, montou um
"hall da fama" para todos os que conseguirem comer - sozinhos - o
super lanche em menos de 15 minutos.
A vitória veio quase uma
semana depois da primeira tentativa, quando ele desistiu de comer faltando
cerca de 100 gramas para terminar o prato. "Morri na praia", relembra
o competidor que, para cumprir o desafio, usou a experiência anterior para
fazer uma preparação adequada. "Eu me preparei, fui na hora do almoço já
com a ideia de comer tudo. Antes tomei um biotônico, mas fui
despreocupado", revela o campeão que, durante o café da manhã, fez um
aquecimento comendo sete pães.
Além do reconhecimento nas
redes sociais, a vitória teve outro efeito na vida de Armando: “Entrei na
academia. Fiquei com remorso depois de comer o sanduíche”, confessa.
Entrei na academia. Fiquei
com remorso depois de comer o sanduíche"
Armando Contente, vencedor
do desafio gastronômico
Desafio
O lanche que desafiou os
glutões de Belém contém 1,2 kg de carne, 4 pães com gergelim, 5 fatias de
queijos do tipo prato e muçarela, duas porções de batata frita e uma generosa
camada de bacon que, segundo o proprietário, é a parte mais difícil do desafio.
“O ‘portal do bacon’ separa os homens dos meninos”, brinca Julio Almeida, sócio
da lanchonete.
De acordo com o
empresário, os desafios gastronômicos eram o passatempo de um grupo de amigos
que decidiu profissionalizar o hobby, criando a hambúrgueria. “A gente já se
reunia para fazer essas brincadeiras, disputávamos entre nós e colocávamos no
YouTube. Nesses encontros, que a gente se reunia para fazer hambúrguer no
vapor, pensamos nessa ideia de fazer a competição porque, se a gente gosta, os
clientes iam gostar também. Só não esperávamos um impacto tão rápido: em menos
de uma semana, várias pessoas vieram encarar o desafio”.
Pela quantidade de
competidores, o fato do desafio ter apenas um vencedor surpreendeu o criador do
sanduíche, que se disse inspirado pela "criatividade gastronômica":
“A inspiração foi a ‘gordice’, além de programas da TV a cabo. Eu não imaginava
que fosse fazer tanto sucesso, porque não achava que o lanche fosse algo
desafiador. Esperava justamente o contrário, que tivessem uns 3 ou 4 vencedores
na primeira semana. Eu mesmo não sei dizer se conseguiria, porque uma semana
antes de criar o lanche entrei de dieta. Mas já encarei um parecido, e levei
mais de meia hora. Talvez eu conseguisse em 15 a 20 minutos, nos velhos
tempos...”, revela Edson Abraim, "pai" do sanduíche.
Além de Armando, Ítalo
Guarayba foi o único que comeu o lanche inteiro, mas em uma hora e meia –
perdendo o desafio por conta do tempo. “Começou delicioso, mas no final foi
meio torturante. Cada pedaço é um desafio, e a pessoa não dorme depois”,
confidencia o rapaz que, após a comilança, ainda pediu um milk-shake de açaí. “Hoje
não encararia. Fiquei traumatizado com o sanduíche. Foi a primeira e última
vez”.
‘Megalanche’
Os sanduíches de rua são
uma tradição de Belém, que tem diversos carrinhos de cachorro-quente espalhados
pelas esquinas, disputando a preferência do público com redes de fast-food
multinacionais. Para criar uma identidade própria, o cozinheiro Adriano Leão
resolveu se diferenciar da concorrência criando pratos cada vez maiores. Assim
surgiu, em 2007, o “big torpedão”, um x-tudo que leva 10 carnes, cinco
presuntos, cinco queijos, pão e o molho da casa.
“É um ‘megalanche’. Quando
sai de dentro da cozinha o pessoal fica doido, e pedem mais cinco ou seis. Todo
mundo quer igual”, conta o cozinheiro. Leão diz ainda que chegou a criar um
desafio, mas a competição foi abandonada: “Se o cliente comesse dois torpedões
em meia hora, mais bebida, ganhava mil reais. Mas cancelei a promoção porque
estava dando problema”, desconversa.
Segundo Leão, o lanche
serve generosamente quatro pessoas, mas existem clientes que não dividem o
prato. “O pessoal vem, pede um 'refri' de 1 litro e meio, e come mesmo. É muita
coragem”, avalia o cozinheiro, que não pretende investir em sanduíches maiores.
“Se eu fizer maior, desaba”, brinca.
Pizzaburger
O chef Artur Bestene
também é famoso pelos lanches generosos que serve em sua hamburgueria. O
estabelecimento, que existe há 8 anos, já mudou algumas vezes de endereço, mas
sempre mantém a característica de fazer sanduíches gourmet que, além de
saborosos, sejam bem-servidos. Um deles é a avantajada pizzaburger, que
consiste de uma carne de 35 centímetros de diâmetro entre duas pizzas de
muçarela.
“Ela é um híbrido entre
hamburger e pizza. São duas pizzas de muçarela, mas em vez de molho de tomate,
substituímos por barbecue, e colocamos uma carne entre as duas pizzas. Pessoas
normais comem uma fatia, mas aqui já recebemos pessoas que comeram sozinhas,
pasme”, relembra o chef.
Para Bestene, o prato
criado em 2011 é uma tentativa de agradar o público adolescente, que pensa no
bolso na hora de fazer o pedido. “A gente tenta atingir vários nichos: gourmet,
crianças, pessoas que querem um bom hamburger, e também a molecada entre 14 e
18 anos, que aposta quem come mais – essas coisas típicas da idade. É esse o
público que mais pede o lanche, que foi feito para ser grandão e ter um bom
custo-benefício, já que serve oito pessoas”, avalia.
Apesar disso, o
proprietário prefere não incentivar o exagero. “Eu procuro ter um hamburger
farto, para a pessoa comer bem, mas não para vomitar”, define.
Fonte/Foto:
G1 PA/Júlio Almeida
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