BRASIL TESTA, NA AMAZÔNIA, INTERNET POR BALÃO
Preparativos para voo do balão do projeto Loon, do Google, no
dia 15 de junho, na Nova Zelândia
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Há 4,3 bilhões de pessoas
vivendo off-line, segundo a estimativa da UIT (União Internacional de
Telecomunicações), órgão que faz parte da ONU. Isso representa 61,2% da
população mundial.
Para levar a internet a
esse contingente (e faturar com isso), o Facebook e o Google anunciaram que
estão trabalhando em ambiciosos projetos de inclusão digital.
Com o Loon, o Google diz
que levará internet para áreas remotas ou devastadas usando balões equipados
com antenas de radiofrequência, com velocidade comparável à do 3G, segundo a
empresa.
No primeiro semestre do
ano que vem, a iniciativa será testada na Amazônia. "Este projeto
certamente contribuirá de forma significativa para ampliar o acesso à internet
na área, extensa e onde é difícil chegar com tecnologias tradicionais",
disse em nota o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, após uma reunião com
representante do Google, no mês passado.
Apesar de não divulgar o
investimento na parceria com a empresa americana, o ministério diz que ela tem
"custos razoáveis".
O Loon --nome de uma espécie
de ave marinha-- está em fase de testes desde junho, na Nova Zelândia, onde
cerca de 30 balões foram lançados; 50 moradores eram responsáveis por
controlá-los.
"Soa como um pouco de
ficção científica, mas tenho certeza de que o projeto vai se tornar realidade",
disse à agência Efe Sameera Ponda, engenheira do Google. "Levar internet a
todos com balões é mais fácil e barato do que fazê-lo através de satélites.
Um análogo da ação do
Google, mas que usa balões afixados ao solo, foi apresentado pelo INPE
(Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), do governo federal, no último dia
14, quando foi testado em Cachoeira Paulista (SP).
O balão brasileiro leva
rádios para transmitir em um raio de até 50 km dados em velocidade de banda
larga, segundo o órgão. A iniciativa, chamada de projeto Conectar, tem apoio de
"empresas especializadas", da Telebrás e do CPqD (Centro de Pesquisa
e Desenvolvimento em Telecomunicações).
Na semana passada, o
Google anunciou outra ação: o Projeto Link, cujo objetivo é instalar fibra
ótica em Kampala, capital de Uganda, país africano que tem apenas 14,7% da
população conectada à internet, segundo a UIT.
INTERNET.ORG
Liderado pelo Facebook e
anunciado em agosto, o Internet.org tem como meta conectar todo o planeta, em
especial pelo barateamento da conectividade móvel e de smartphones --entre os
parceiros estão Ericsson, Nokia, Samsung e Qualcomm.
Os membros da iniciativa
desenvolveram tecnologia de difusão de dados capaz de incrementar em dez vezes
a capacidade das redes atuais, disse Mark Zuckerberg. "Isso abaixaria o
custo das conexões dramaticamente", disse.
Tornar o uso dessas redes
mais eficiente --reduzindo a quantidade de dados que são transmitidos-- e
empregar faixas de radiofrequência hoje ociosas também ajudaria nesse sentido,
diz o grupo.
O foco em dispositivos
móveis acelera a inclusão digital, mas pode ser insuficiente para usos como
educação à distância, diz um dos coordenadores do CGI (Comitê Gestor da
Internet), Alexandre Fernandes Barbosa.
"Como você desenvolve
uma aplicação empresarial ou educacional, por exemplo, para um smartphone? Não
é a mesma coisa [que um PC]."
A Cisco diz que, neste
ano, o número de dispositivos móveis conectados passará o de habitantes no
mundo. Segundo a consultoria IDC, modelos baratos têm obtido sucesso nos
mercados de massa, como África e Ásia, e é este tipo de venda que vai levar o
segmento para a frente.
Fonte/Foto:
folha.uol.com.br/tec/John Schenk - Divulgação/Efe
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