SURFISTA DO PARÁ 'DESBRAVA' A POROROCA NA INDONÉSIA


Paraense Noélio Sobrinho prepara livro com experiências na pororoca do Brasil, França, Inglaterra e, agora, Indonésia
A equipe da Associação Brasileira de Surfe na Pororoca (Abraspo) chegou a Belém depois de surfar a pororoca Bono, localizada em ilha Sumatra, na Indonésia. Esta e outras experiências estarão no livro 'Auêra-Auára: A história do Surfe na Pororoca', que será lançado pela associação em novembro e relata 15 anos de experiências vividas por surfistas brasileiros e estrangeiros nas ondas da pororoca no Brasil, França, Inglaterra e China.
A viagem até a Indonésia serviu para mapeamento o fenômeno natural da pororoca na Ásia. A ação faz parte de um projeto da Abraspo para colocar o Brasil no Circuito Mundial de Surfe na Pororoca, nos mesmos moldes do circuito nacional criado pela entidade no ano de 1999.
O projeto inicial era surfar no rio Qiantang, em Hangzhou, na China. No entanto, as condições climáticas extremas provocadas pelo tufão Fitow obrigaram a equipe a trocar a China pela Indonésia. “Um alerta emitido pelas autoridades chinesas impediu qualquer tipo de atividade nas ondas de maré do rio Qiantang, inclusive a navegação”, contou o surfista cearense George Noronha, que fez parte da equipe de desbravadores de pororocas junto com os cearenses Adilton Mariano, Marcelo Bibita e o único paraense, Noélio Sobrinho.
A delegação foi convidada pela Prefeitura de Hangzhou para participar, em 2014, do surfe da pororoca chinesa, com todas as despesas pagas. “A viagem se transformou em uma fantástica aventura no meio da selva da Sumatra, o que de certa forma não fugia do projeto para criação do primeiro Circuito Mundial de Surfe na Pororoca, sendo trocadas apenas a ordem dos mapeamentos, que primeiramente seria na China e somente depois na Indonésia”, relatou Sobrinho.
O próximo compromisso da Abraspo será o lançamento do livro. A viagem a China e o surfe na pororoca da Indonésia estarão no livro que ainda está em processo de conclusão.
Pororoca
A pororoca é um fenômeno natural produzido pelo encontro das correntes de maré do oceano Atlântico com as correntes fluviais do rio Amazonas, no período de maresia durante as luas novas e cheias. O fenômeno acontece quando as águas de maré crescente tentam invadir o estuário, no momento em que a massa fluvial opõe-se com grande resistência. Como a água doce é mais leve, estende-se inicialmente a grande distância pelo mar e atrasa a onda de maré. Em determinado momento o mar vence, rompendo o equilíbrio, e a onda de maré cresce gigantesca e avança pelo rio causando a inversão da correnteza da água doce.

Fonte/Foto: portalamazonia.com/George Noronha – Arquivo Pessoal

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