PORONGAS: CLARÕES NOS VALES VERDES AMAZÔNIDAS


Para explorar o mundo estranho e desconhecido da Selva Amazônica, durante séculos, os ribeirinhos usaram o lampião, o candeeiro e principalmente a lamparina a querosene. Nas pequenas taperas, improvisadas como moradias, construídas pelos caboclos desbravadores, o máximo que podiam fazer para se orientarem em relação aos demais era manter as fogueiras acesas durante as noites, haja vista que as lamparinas se apagavam de forma relâmpago, na primeira ventania. Foi quando elegeram as porungas como um instrumento de fácil manuseio, as quais, dado o acondicionamento do pavio, não se apagavam facilmente.
A poronga, com a sua praticidade, nada mais era do que uma lamparina com suporte de madeira cuja tampa era construída de cortiça, peça de flandres ou pincha, onde um pavio de tecido fixo com suporte frontal quebra-vento mantinha-se aceso por longos períodos, de sorte que, sem dúvida, nossos ancestrais transformaram-na num instrumento revolucionário e deixaram registros importantes na vida de muitos. Com certeza, foi um artefato que veio ao encontro dos anseios de toda a população ribeirinha a se fazer presente nas mais distantes localidades da Amazônia.

Trechos do livro “Na Terra das Icamiabas”, pág. 124

Autor: Lison Costa


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