EM BELÉM-PA CENTENAS DE EMBARCAÇÕES ACOMPANHAM O CÍRIO FLUVIAL


Cerca de 500 embarcações decoradas participam da romaria.
50 mil pessoas acompanham a procissão nas águas.
A imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré retornou a Belém após uma procissão pelas águas da baía do Guajará, o Círio Fluvial. Conduzida no navio Garnier Sampaio, da Marinha do Brasil, a padroeira dos paraenses chegou na escadinha do Cais do Porto em Belém por volta de 11h deste sábado (12) após 18h km de percurso, saindo do Trapiche de Icoaraci onde ocorreu a celebração de uma missa pelo Arcebispo Emérito de Belém, Dom Vicente Zico.
Cerca de 500 embarcações participaram do Círio Fluvial, levando quase 50 mil pessoas que  acompanharam o Círio das Águas em diversas embarcações particulares, como barcos, lanchas e balsas decoradas. Na chegada, a imagem é recebida pelo Arcebispo de Belém, Dom Alberto Taveira, e entregue para o prefeito Zenaldo Coutinho.
A tapeceira Sonia Siqueira mora em Icoaraci e diz que, assim como as outras procissões do Círio, a Romaria Fluvial é um momento de agradecimento. "São muitas promessas feitas para Nossa Senhora, é muita emoção participar. Não perco o Círio um ano sequer. Faço promessas por saúde, e sou sempre atendida", relata.

Devoção ribeirinha
É no Círio das Águas que os ribeirinhos têm a oportunidade de mostrar sua devoção à Virgem Maria. Maria de Nazaré Silva veio da ilha de Jutuba, no distrito de Icoaraci, para acompanhar o Círio Fluvial com a família em uma "rabeta", espécie de canoa motorizada típica dos ribeirinhos da Amazônia. "Todo ano a gente vem. É uma forma de agradecimento por tudo, pelas promessas. O meu próprio nome é uma homenagem a Nossa Senhora por uma graça alcançada", disse.
As estimativas do Dieese-PA e da Diretoria da Festa de Nazaré é que aproximadamente 50 mil acompanharam a procissão. Esse número leva em consideração as que estarão nos barcos participando diretamente da romaria fluvial e as que estarão assistindo, desde a saída de Icoaraci até a chegada, na Estação das Docas, na Escadinha do Cais do Porto, onde é recebida com Honras de Chefe de Estado por um grupamento de Cadetes da Polícia Militar.
Segundo a organização do evento, foram tomados diversos cuidados com a segurança para evitar acidentes náuticos. “A Capitania dos Portos fez o cadastro dos barcos e repassou orientações quanto as questões de segurança, principalmente no que se refere a distância entre os barcos o Garnier Sampaio – que conduz a berlinda - para evitar acidentes”, explica Carlos Augusto Nobre, diretor de procissões do Círio 2013.
Após o Círio Fluvial, os devotos de nossa senhora preparam outra homenagem, a Moto Romaria, quando motocilistas conduzem a Virgem pelas ruas de Belém até o colégio Gentil Bittencourt.
História
Em sua 28ª edição, a Romaria Fluvial foi iniciada pela Companhia Paraense de Turismo (Paratur), com saída do Trapiche de Icoaraci no dia 8 de outubro de 1986. O responsável foi o presidente da Paratur à época, o historiador Carlos Rocque, e foi acompanhada por cerca de 50 barcos.
Até 2002, a Imagem Peregrina seguia na terceira réplica da berlinda. Em 2003 o andor foi substituído por uma cúpula de vidro, que permitiu melhor visibilidade da imagem pelos romeiros. Já em 2009, a Santa ganhou uma nova cúpula de vidro para o Círio Fluvial, pois a antiga foi doada à Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, por ocasião da Festa de Nazaré, realizado na capital fluminense.

Fonte/Fotos: g1.globo.com/Divulgação e Natália Melo

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