CATAMARÃ QUE PERMITE ATÉ CHURRASCO VIRA MODA EM ALTER DO CHÃO
De acordo com a Capitania Fluvial, há dez embarcações
do tipo inscritas.
Em apenas um estaleiro de Santarém, há sete em
fabricação.
O uso de catamarãs para
navegar pelos rios de água doce em Santarém, oeste do Pará, está virando moda.
Em um final de semana no mês de outubro, na ilha Alter do Chão, distante cerca
de 30 km de Santarém, é possível avistar vários navegando ao mesmo tempo pelo
Rio Tapajós.
De acordo com o comandante
da Capitania Fluvial, a produção desse tipo de embarcação está em alta. “Há
dois anos, havia poucos catamarãs, talvez menos de cinco. Hoje existem dez
catamarãs inscritos aqui e só em um estaleiro da cidade há a fabricando de
sete”, afirma José de Fátima Andrade.
Para o diretor comercial
do estaleiro Gamboa, a procura por este tipo de embarcação está aumentando porque
elas oferecem mais espaço, comodidade e estabilidade de navegação. “Esse tipo
de embarcação permite que os banhistas possam fazer churrasco, colocar mesas e
até atar rede. Isso é mais cômodo para quem vai viajar pelo rio. Dá para
pernoitar e abrigar mais pessoas quando está estacionado”, diz Júnior Gamboa.
A capacidade muda de
acordo com a necessidade do proprietário. Segundo o diretor comercial,
normalmente as “balsinhas”, como são chamadas, são feitas para comportar até 25
pessoas.
O professor universitário
Anselmo Colares, de 50 anos, decidiu fabricar um catamarã, que batizou de
“Luz”, para “aproveitar a natureza e as praias da região”. “Tive a oportunidade
de fazer um passeio em uma ‘balsinha’ e achei interessante, porque é plana,
balança pouco e, como não tenho intenção de fazer viagens longas, acho que ela
oferece praticidade e segurança para quem está iniciando”, conta.
Aluguel
Os catamarãs também têm se
tornado uma atração para os turistas. Alguns proprietários alugam as
embarcações para passeios. De acordo com o comandante do catamarã "Vida
Mansa", André Pinho, a diária dos mais completos, que têm som,
churrasqueira e banheiro, custa entre R$ 600 e R$ 1 mil. Os menores variam de
R$ 300 a R$ 500.
O piloto comercial Paulo
Fernandes, de 34 anos, tem o catamarã “Botinha” há três anos. Ele conta que
escolheu o tipo de embarcação para aproveitar os finais de semana com a
família, mas diz que também costuma alugar para os turistas que querem mais
privacidade. “A procura está crescendo. Se eu alugasse todo final de semana, já
teria tido retorno do meu investimento.”
A navegabilidade também
não é empecilho, já que é possível utilizar as embarcações em todas as épocas
do ano. “Até nos meses em que o rio está cheio dá para usar, pois podemos
ancorar a balsa no meio do rio e mergulhar, dormir, fazer churrasco e ficar ali
mesmo”, completa Fernandes.
A média de custo da
produção de um catamarã básico, com o motor, é R$ 90 mil. A construção dura
cerca de 30 dias.
Habilitação
De acordo com o comandante
da Capitania Fluvial, os catamarãs são embarcações de esporte e recreio. Para
este tipo de categoria, o comando é permitido para quem tem a habilitação a
partir do tipo Arrais-Amador.
“A documentação necessária
para comandar um catamarã independe de pessoas embarcadas. Só não pode cobrar,
ou seja, usar comercialmente. Se ela for esporte e recreio, pode até ser
alugada, mas o comandante tem que ser encaixado dentro da habilitação
aquaviária, que é a partir de marinheiro auxiliar de convés”, explica Andrade.
Fonte/Foto:
Luana Leão – G1 Santarém
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