AMAZÔNIA AMEAÇADA DE ENFRENTAR MAIOR SECA DOS ÚLTIMOS 50 ANOS, EM 2013



Alerta é do meteorologista Davi Friale. Estiagem pode superar seca histórica de 2005, caso volume de chuvas não aumente na região.
Há apenas um mês, o nível do Rio Acre, em Rio Branco, chegou à marca de 15,33 metros e desabrigou 382 famílias em 13 bairros da capital. Na medição desta segunda-feira, o manancial estava em 3,90 metros – o menor nível das últimas quatro décadas para esta época do ano. O cenário pode apontar para a maior seca que a Amazônia Ocidental já viveu, nos últimos 50 anos. O alerta é do meteorologista Davi Friale.
Para o mês de abril, a média histórica do rio Acre é de 9,8 metros e, segundo o secretário de Meio Ambiente do Acre, Edegard de Deus, a perspectiva é do rio baixar mais. “A preocupação gira em torno, ainda, da baixa quantidade de chuvas. A média histórica para o mês é de 186 milímetros e, até agora, estamos com 74 milímetros”.
O Rio Acre alcançou seu menor nível em setembro de 2011, com 1,55 metro.
Em entrevista exclusiva ao portalamazonia.com, o pesquisador Davi Friale contou que a atual situação é um clico climático natural da região que depende, principalmente, da atividade solar. “O Sol tem vários ciclos de atividades com altas, médias ou baixas emissões de radiação. Estas radiações afetam diretamente o clima da Terra e, por isso, a cada 60 anos, ocorrem eventos extremos em toda a atmosfera”, explicou.
Segundo Friale, uma forte massa de ar seco, impulsionada por pressões atmosféricas altas localizadas no centro-norte da Argentina, deixou o tempo seco e ensolarado na primeira quinzena de abril. “Por conta do resfriamento global que começa a ganhar força, poderosas massas de ar seco começam a se formar e se instalar em vários pontos do planeta e, como consequência das chuvas que caíram nos últimos meses, a umidade do ar baixou em várias regiões”.
Caso não ocorra nenhuma alteração meteorológica, o Acre e toda a Amazônia Ocidental poderão enfrentar a maior seca dos últimos 50 anos, ainda em 2013. “A grande seca de 2005 foi prevista e amplamente anunciada ainda no mês de abril, só que com menor intensidade”, reiterou.
As previsões do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) para o mês de maio são pouco animadoras. De acordo com o secretário Edegard de Deus, o problema ainda não deve ser resolvido. “As previsões são de quase nenhuma chuva no mês de maio, no máximo, chuvas esparsas”, revelou.
Friale explicou que, ainda na primeira quinzena de maio, uma forte frente fria deve chegar ao Acre e, logo em seguida, uma intensa massa de ar seco que deve deixar os dias ensolarados por um bom tempo. “É bom ficar atento, já que as condições meteorológicas atuais indicam que uma seca severa poderá atingir o Acre e as regiões próximas”, finalizou.
Medidas do Governo
Segundo Edegard de Deus, o executivo estadual planeja medidas para amenizar a forte estiagem caso as previsões aconteçam. “A seca aumenta os focos de calor. Temos que conscientizar a população para que, por exemplo, não faça queimadas e economize a água”, comentou.
Dados do Inpe, do início do ano até a última quinta-feira (25), houve 92 focos de calor no Acre – 49 apenas em abril. A maior parte dos focos está localizada na região oeste do Acre, na cidade de Tarauacá e em Envira, no Amazonas.
Fonte/Foto: Portal Amazônia/ Reprodução - Shutterstock

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