O Rio de Janeiro recebe hoje e amanhã os líderes do G20, grupo que reúne as 19 maiores economias do mundo, mais União Europeia e União Africana. As reuniões serão no Museu de Arte Moderna (MAM Rio), mas todo o trabalho diplomático anterior à cúpula pode ir por água abaixo. A delegação da Argentina espera uma orientação do presidente Javier Milei, contrário a diversos pontos do documento base aprovado neste domingo pelos negociadores do grupo. Ele não admite, por exemplo, a taxação de grandes fortunas, a inclusão de temas relativos a gênero e a Agenda 2030, um plano de desenvolvimento sustentável da ONU. No melhor cenário, a Argentina pode assinar a declaração final do G20 com ressalvas, mas caso Milei rejeite o documento por completo, a conferência terminará sem uma declaração final, um grande fracasso diplomático para o Brasil e o presidente Lula. (Folha)
O documento base foi concluído na madrugada deste domingo, e o embaixador Mauricio Lyrio, principal negociador diplomático do Brasil na conferência, passou o dia em contatos bilaterais com “sherpas” – os chefes das delegações – de países que ainda têm dúvidas e questionamentos. Outro ponto que ainda provoca grande divisão diz respeito às guerras na Ucrânia e no Oriente Médio. O texto pode ser alterado até o anúncio oficial pelos chefes de Estado. (Estadão)
Jonas Gahr Støre, primeiro-ministro da Noruega, disse que é preciso ser realista para se chegar a um consenso sobre a declaração final dos chefes de Estado quando o assunto é um tema sensível como as guerras em curso. “Eu vi o rascunho das declarações e elas não abordam conflitos individuais em termos de encontrar soluções”, disse Støre ontem à noite. “Mas obviamente os conflitos no Oriente Médio, Gaza, Líbano, Ucrânia, Sudão, Mianmar e muitos outros serão discutidos nos bastidores aqui no Rio.” (Globo)
A caminho da reunião do G20, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, fez neste domingo uma visita inédita à Amazônia. Acompanhado da filha Ashley e da neta Natalie, desembarcou em Manaus, sobrevoou de helicóptero a floresta e visitou o Museu da Amazônia. Mais cedo, Biden anunciou um aporte de US$ 50 milhões (R$ 290 milhões) ao Fundo Amazônia, mas a liberação dos recursos depende do Congresso, que será totalmente controlado pelo Partido Republicano no ano que vem. (g1)
Em artigo publicado na Folha, o presidente chinês, Xi Jinping, disse ser a hora de Brasil e China “abrirem novas rotas de navegação”, “agarrarem as oportunidades futuras” e “navegarem juntos”. Segundo ele, as nações devem “assumir a responsabilidade” de defender os interesses dos países em desenvolvimento e dar voz ao Sul Global. (Folha)
E o presidente Lula irritou-se com a primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja. Em uma das palestras de encerramento do G20 Social, no sábado, ela discursava de improviso sobre desinformação quando, diante de uma falha no microfone, disse: “Acho que é o Elon Musk”, e emendou “eu não tenho medo de você, inclusive. Fuck you, Elon Musk”. O bilionário respondeu com risos e uma frase: “Eles vão perder a próxima eleição”. Mais tarde, sem mencionar diretamente Janja, Lula afirmou que não se devia ofender ninguém. “Eu queria dizer para vocês que essa é uma campanha em que a gente não tem que ofender ninguém, não temos que xingar ninguém.” (Metrópoles)
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