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MERCADO FINANCEIRO
 
Teto de juros no rotativo esmaga papéis dos bancos. Em Wall Street, Apple tomba mais de 3% em dia de pessimismo disseminado.
 
 
Por Tássia Kastner
 
 
O investidor brasileiro anda precisando de um banho de sal grosso. Em vez de celebrar a chegada do feriado, a Faria Lima levou uma rasteira que derrubou o Ibovespa em 1,15%, a 115.985 pontos.
 
O Ibov não caiu sozinho, já que o sinal negativo veio de Nova York. Nos Estados Unidos, um dos indicadores do setor de serviços subiu com força em agosto e registrou o melhor resultado do ano. A ele se somou o Livro Bege, o documento do Fed que detalha as condições da economia americana e que serve como farol sobre o que pensam os dirigentes do BC americano e quais devem ser os próximos passos.
 
E o resumo da ópera é o que você já conhece: a economia americana vem resistindo de forma surpreendente às altas de juros promovidas pelo Fed para tentar trazer a inflação de volta aos 2% ao ano.
 
Os preços ainda não retornaram ao alvo. E o Fed tem espaço para manter o aperto de juros para chegar na meta, já que a economia resiste aos efeitos colaterais da medida.
 
Para piorar, nesta semana o petróleo recuperou sua trajetória de alta e rompeu os US$ 90 por barril, graças à decisão de Arábia Saudita e Rússia de manter a redução de oferta de petróleo. O objetivo, claro, era elevar os preços para garantir as receitas dos países.
 
E vai dando certo, mas com consequências nefastas sobre economias que ainda lutam para reduzir a inflação pós-pandêmica.
 
Nesta quarta, os índices americanos recuaram com força, e levaram o Ibovespa de arrasto. Por lá, quem puxou as perdas foram as ações de tecnologia. Vale destacar que é o setor que vinha mantendo Nova York no azul.
 
Ficar no positivo seria um milagre: acontece que a Apple, a manda-chuva de Nova York, afundou 3,58%.
 
Para além do contexto americano, a China decidiu limitar o uso de telefones da companhia. Não dá para saber o impacto real da medida sobre as vendas de iPhones, mas funciona como um gatilho negativo.
 
De qualquer forma, não dá para comprar a reação do mercado pelo valor de face, já que existem outros indicadores contraditórios. Um deles é o monitor da CME com as apostas do mercado para as próximas reuniões do Fed: as apostas de que os juros serão mantidos ainda são a maioria, e aumentaram no dia de hoje. Por outro lado, houve uma queda no grupo dos investidores que apostam em uma alta de juros até o fim do ano.

Braço de ferro
Aqui no Brasil, Petrobras e Vale travaram uma disputa para ver quem comandaria o sinal do Ibovespa. A petroleira (PETR4) avançou 0,45%, enquanto a VALE3 caiu 1,59%, vencendo a disputa tétrica do dia.
 
Com um empurrão do setor bancário, que tem conjuntamente o maior peso no Ibovespa. O segmento anda na mira dos investidores em meio a incertezas sobre o fim do juro sobre capital próprio e o possível teto do rotativo do cartão de crédito. O Itaú recuou 0,96%, o Bradesco, 1,37%.
 
A Câmara aprovou um limite de 100% de juros para as dívidas no cartão – ante taxas que beiram os 500% ao ano na linha de crédito. Para entrar em vigor, a medida ainda precisa de aval do Senado.
 
Tudo isso coroado com um fenômeno típico das vésperas de feriado: o menor volume de negociação. Hoje, foram movimentados R$ 20,5 bi na B3, abaixo dos R$ 25 bi de média do ano.
 
Que o feriado por aqui sirva para a recuperação dos ânimos dos investidores. Até sexta.
 
 
MAIORES ALTAS
Braskem (BRKM5): 5,39%
Yduqs (YDUQ3): 2,32%
Eneva (ENEV3): 1,44%
Cogna (COGN3): 1,40%
Via (VIIA3): 0,85%
 
MAIORES BAIXAS
Vamos (VAMO3): -6,58%
CVC (CVCB3): -4,94%
IRB (IRBR3): -4,44%
Iguatemi (IGTI11): -3,84%
Arezzo (ARZZ3): -3,80%
 
Ibovespa: 1,15%, a 115.985 pontos
 
Em Nova York
Dow Jones: -0,57%,a 34.444 pontos
S&P 500: -0,69%, a 4.466 pontos
Nasdaq: -1,06%, a 13.873 pontos
 
Dólar: 0,17%, a R$ 4,9837
 
Petróleo
Brent: 0,62%, a US$ 90,60
WTI: 0,98%, a US$ 87,54
 
Minério de ferro: 0,12%, a US$ 114,33 por tonelada na bolsa de Dalian

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