Bom dia! Quem escolheu não emendar o feriado vai se deparar com um pregão que amanhece amargo nesta sexta-feira. Ontem, enquanto brasileiros descansavam, Wall Street ficou de mau humor, o que pode contratar um dia ruim também por aqui. O S&P 500 caiu -0,32% e o Nasdaq, -0,89%. No dia de folga da B3, os ADRs de empresas brasileiras negociados em Nova York seguiram os índices americanos e fecharam no vermelho. Os ADRs da Vale fecharam em baixa forte de -3,5%, num dia de recuo do minério de ferro na China (-1,78%). Já os papéis da Petrobras caíram 2,48%. Parte do azedume em Wall Street se dá pelo fato de que o mercado está se questionando se o Fed realmente acabou com seu ciclo de altas nos juros. Até pouco tempo, essa era a aposta majoritária entre investidores. Agora, porém, uma nova alta de 0,25 ponto percentual na reunião de novembro ou dezembro começa a entrar em cena como uma possibilidade forte. Cerca de 40% dos palpites acompanhados pela CME, a bolsa de Chicago, apontam para isso. Isso porque a economia americana segue forte e o mercado de trabalho, aquecido, abrindo espaço para o banco central seguir sua luta contra a inflação sem necessariamente resultar numa recessão. Outra parte do mau humor vem da Apple. A maior empresa do mundo em valor de mercado caiu 6,8% nos últimos dois dias, perdendo US$ 200 bi de valor de mercado. O problema da companhia da maçã vem da China: por lá, o Partido Comunista vem fechando o cerco contra a empresa americana, num movimento nacionalista. Pequim planeja expandir uma proibição do uso de equipamentos da Apple (e de outras marcas estrangeiras) no trabalho para funcionários públicos. Antes, já havia sido anunciado que membros do governo federal estariam proibidos de usar iPhones; a ideia é que isso seja estendido também para governos locais e empresas estatais (que são muitas). Ainda que uma proibição maior e mais generalizada seja improvável, dada a popularidade dos aparelhos da companhia por lá, a guinada anti-Apple da China é preocupante para a empresa; o país asiático é seu maior mercado estrangeiro, gerando um quinto de toda receita, e também base de produção global. O mau humor de Nova York respinga no mundo; hoje, as bolsas europeias amanheceram no vermelho, ameaçando engatar em oito quedas seguidas, maior sequência negativa desde 2016. Por aqui, um outro dado pode azedar o #sextou: o minério de ferro segue em mais um dia de forte queda (-2,07%), de olho nos números que indicam uma China mais fraca e também no governo chinês, que ameaça aumentar a regulação e interferência estatal neste mercado. |
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