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MERCADO FINANCEIRO
 
PIB chinês vem abaixo do esperado e derruba commodities. Setor bancário ajuda a manter o Ibovespa no verde.
 
 
Por Camila Barros
 
 
A semana começou com más notícias vindas do oriente. Na China, dados do PIB do segundo trimestre mostraram que a economia do país enfrenta dificuldades de recuperar seu ritmo de crescimento modo turbo. A alta foi de 6,3% em relação ao mesmo período do ano anterior – bem abaixo da expectativa do mercado, que apontava para 6,9%.
 
Sim, um crescimento acima de 6% parece muito, mas tem um detalhe: há um ano, a economia chinesa estava praticamente parada devido às políticas anti-Covid adotadas no país. Ou seja, a medida de comparação aqui era baixa.
 
Em relação ao primeiro trimestre, a alta foi de apenas 0,8% – contra 2,2% na comparação entre 1T23 e 4T22.
 
É sinal de que a demanda por commodities ao redor do mundo pode esfriar, já que boa parte da extração de matéria prima da Terra serve para suprir a demanda de crescimento do Império do Meio. Não à toa, as cotações de minério de ferro e petróleo derreteram depois da notícia. O brent caiu 1,71%. Na bolsa de Singapura, o minério caiu 1,68% – na de Dalian, na China, um pouco menos: 0,89%.
 
Mas o dado fraco tem seu lado do "copo meio cheio": o desempenho aquém do esperado indica que Pequim pode precisar de um pacote de estímulos mais robusto para retomar seu ritmo – e alcançar sua meta de crescimento, que é de 5% ao final do ano.
 
Na semana passada, os futuros do minério comemoram a notícia de que o país manterá sua política de incentivo à construção civil até o fim de 2024, numa tentativa de reanimar o setor, em crise desde 2020, com as dívidas crescentes das construtoras chinesas.
 
Com o PIB mais fraco do que o esperado, faz sentido esperar mais por aí.
 
Essa visão ajudou os papéis das gigantes das commodities por aqui ao longo do dia. Os papéis da Vale chegaram a cair a R$ 67,19 no início do pregão. Fecharam menos mal, a R$ 67,85. Ainda assim, queda de 1,11%. No ano, a mineradora cai 22%.
 
Na Petrobras, a volta por cima foi maior: pela manhã, a queda dos papéis PETR4 era de 3%. Fechou em -0,21%, a R$ 28,99.
 
A recuperação intraday da petroleira e da mineradora ajudou a evitar que o Ibovespa começasse a semana em baixa. Depois de cair 0,95% pela manhã, virou e fechou em alta de 0,43%.
 
Foi com a ajudinha de outro setor de peso na composição do índice: os bancos. Impulsionado pela expectativa de bons resultados para o segundo trimestre, Pactual (BPAC11) subiu 3,13%; Santander (SANB11), 2,15%. Itaú (ITUB4) e Bradesco (BBDC4) vieram logo atrás, com 1,94% e 1,59%, respectivamente. Banco do Brasil (BBAS3) ficou com 0,88%.
 
Juntos, os papéis dessas instituições correspondem a 16,4% do Ibovespa.
 
A temporada de balanços começa nesta terça-feira, 18 de julho.
 
IBC-Br decepciona
Não foi só a China que entregou dados de crescimento abaixo do esperado hoje. Por aqui, o IBC-Br, indicador de atividade econômica, caiu 2% em maio na comparação com abril. Analistas consultados pela Refinitiv esperavam um dado estável, a 0%. O índice, medido pelo Banco Central, é visto pelo mercado como uma prévia do PIB.
 
Neste caso, também há um lado “copo meio cheio” para o crescimento fraco: a economia desacelerando com força pode ser um indicativo de que o aperto monetário do BC já cumpriu seu papel além da conta. Isso, somado a um cenário de inflação abaixo da meta de 2023 (3,16% em 12 meses versus meta de 3,25%), aumenta as expectativas para o corte da Selic em agosto: cresce a expectativa de uma ainda improvável redução de 0,50 p.p. na próxima reunião do Copom, que termina dia 2 de agosto.
 
Isso causou uma queda nos juros futuros. Bom para as ações de varejo e construção civil, que são mais sensíveis às expectativas em relação à Selic.
 
Assim, Lojas Renner (LREN3) subiu 0,95% e Magazine Luiza (MGLU3), 0,68%. Assaí (ASAI3), que cai 34% no ano, também pegou carona e ganhou 1,91%. Nas construtoras, a MRV subiu 2,8%. Fora do Ibovespa, a Tenda avançou 5%.
 
A ver se a perda de fôlego da economia sensibilizará de fato o Copom.
 
Até amanhã!
 
MAIORES ALTAS
MRV (MRVE3): 2,96%
Raízen (RAIZ4): 3,68%
BTG (BPAC11): 3,13%
Alpargatas (ALPA4): 2,41%
CVC (CVCB3): 1,97%
 
MAIORES BAIXAS
IRB (IRBR3): -3,15%
BRF (BRFS3): -2,70%
Weg (WEGE3): -1,94%
Locaweb (LWSA3): -1,67%
Usiminas (USIM5): -1,07%
 
Ibovespa: 0,43%, aos 118.219 pontos.

Em Nova York:
S&P 500: 0,38%, aos 4.522 pontos
Nasdaq: 0,93%, aos 14.244 pontos
Dow Jones: 0,22%, aos 34.585 pontos
 
Dólar: 0,25%, a R$ 4,80.
 
Petróleo
Brent: -1,71%, a US$ 78,50.
WTI: -1,68%, a US$ 74,15.
 
Minério de ferro: -0,89%, a US$ 116,09 por tonelada, na bolsa de Dalian (China).

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