A essa altura você já sabe. Inflação boa é a controlada e que fique na meta fixada pelo Banco Central. Na noite de ontem, o Copom decidiu manter a Selic em 13,75% ao ano, como era esperado.
A surpresa ficou por conta de algumas projeções divulgadas no comunicado. De acordo com o Copom, se a Selic for mantida em 13,75% até o fim do ano, a inflação pode cair para 5,7% neste ano e 2,9% em 2024.
Em outras palavras, o BC colocou no seu radar, pela primeira vez uma
inflação abaixo da meta austera de 3%. Seguindo as apostas que o mercado tem feito para a direção da taxa de juros, aí teríamos inflação de 5,8% no fechamento deste ano e de 3,6% no próximo. O consenso mais recente, de acordo com o Boletim Focus, é de que a Selic termine o ano em 12,50%.
Esse número, porém, deve ser revisto por economistas. É que o BC fechou a porta para o começo do ciclo de corte de juros em junho. Ele fez isso de duas maneiras: uma mostrando que a redução da Selic, como a estimada pelo mercado, deixaria a inflação relativamente alta em relação à meta no próximo ano.
Depois, ele arrematou dizendo que " o comitê segue vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período prolongado será capaz de assegurar a convergência da inflação". Ou seja, o foco é ter inflação o mais perto possível de 3% em 2024.
Esse continua sendo um dos flancos que coloca o BC brasileiro sob ataques de uma parte dos economistas. Está certo que o trabalho da autoridade monetária é perseguir a meta de inflação, o questionamento é sobre a velocidade do ajuste. A pressa em subir juros e juros muito elevados por período prolongado podem baixar a inflação, mas não sem matar a economia e levá-la a uma recessão.
Para reduzir os atritos com o governo, o Copom colocou em seu comunicado um aceno à proposta de novo arcabouço fiscal, indicando que a medida reduz riscos para a dívida pública. Ainda assim, o órgão disse que a eventual aprovação do pacote não tem relação direta com a queda dos juros. Essa novela vai longe ainda.
O balanço, no entanto, tende a ser relativamente positivo para o mercado.
Nos EUA
Lá, mais um
banco está na mira dos investidores. Agora o PacWest está tentando negociar uma venda, depois de sofrer uma onda massiva de saques. Foi o efeito contágio do First Republic e do SVB.
A notícia boa é que se trata de um banco bem menor, com apenas US$ 44 bilhões em ativos. A ruim é que a
alta de juros continua a fazer vítimas no sistema financeiro de lá, algo que pode criar uma crise financeira e desestabilizar a economia.
Não à toa, os futuros do S&P 500 e do Dow Jones começam a manhã em baixa. A salvação dessa zika pode ser a Apple, que divulgará seus resultados após o fechamento do mercado. Ter esperança, ainda bem, não custa dinheiro. Bons negócios.
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