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MERCADO FINANCEIRO
 
Em Nova York, medo do Fed faz bolsas caírem e rendimentos dos Treasuries dispararem para o maior patamar desde 2007.
 
 
Por Bruno Carbinatto
 
 
Nem fez cócegas: a queda de 3% no preço do minério de ferro negociado no porto chinês de Qingdao não causou grandes problemas para a bolsa brasileira nesta quinta-feira (20). Pelo contrário: foram as ações ligadas à commodity que se destacaram entre as maiores altas, colocando a bolsa brasileira no azul mesmo com um pregão de baixas em Nova York.
 
A toda poderosa Vale (VALE3) – que sozinha equivale a quase 15% do Ibov – subiu 1,28% hoje, enquanto a segunda maior alta do dia ficou para a CSN (CSN3): 3,96%. Usiminas (3%), Gerdau (2,5%), Gerdau Metalúrgica (2,85%) e CSN Mineração (2,13%) também não fizeram feio.
 
Outra gigante da bolsa, a Petrobras (com peso de 12% no Ibovespa) também ajudou a puxar o índice para cima: PETR4 2,96%, PETR3 2,68%. Isso a despeito do preço do petróleo, que fechou estável (-0,03%, a US$ 92,38) após reduzir ganhos ao longo do dia.
 
Do outro lado da balança, foram os papéis ligados ao varejo que acumularam as maiores perdas do dia. O destaque negativo fica para a Americanas (AMER3), com tombo de 13,77%. A empresa divulga seu balanço no dia 10 de novembro, mas o pessimismo com os números já domina o mercado.
 
Os boatos de que os resultados vão decepcionar foram reforçados em novo relatório da XP, com os analistas afirmando que não esperam por recuperações significativas nas margens.
 
O mau humor também se estendeu as outras varejistas da bolsa: Via (VIIA3) desabou 7,06%, enquanto Magazine Luiza (MGLU3) caiu 2,39%.
 
Todas elas enfrentam um cenário desafiador, com um patamar de juros altos, perda de renda da população e competição intensa com e-commerces asiáticos, como Shopee e Shein. No caso da AMER3, o desafio é dobrado, já que ela vem apresentando um resultado pior no online do que suas pares nos últimos anos. No ano, o papel já acumula queda de 54%. Contamos essa história completa na nossa edição de outubro – você pode ler a reportagem aqui.
 
Das 92 ações do Ibovespa, 46 subiram. Como o peso das commodities é bem maior do que do varejo, o índice fechou em alta de 0,77%, aos 117.171 pontos. Isso num dia em que Wall Street não ajudou, diga-se.
 
Em Nova York
 
Os índices americanos até abriram no azul nesta quinta, mas logo o velho fantasma do Fed voltou a assombrar os investidores e o humor amargou.
 
Desta vez, o responsável por lembrar Wall Street do aumento de juros foi Patrick Harker do Fed da Filadélfia. Ele disse “bem acima de 4% neste ano” e que a inflação não deve voltar à meta de 2% em 2024.
 
Não é nada de muito novo para quem já sofre com o aumento da taxa há meses, é verdade. Mas bastou uma autoridade do banco central voltar a pautar o debate para mudar o humor em NY e transformar os ganhos em perdas.
 
Nisso, os rendimentos dos Treasuries, os títulos públicos dos EUA, dispararam. Os com vencimento em 10 anos, por exemplo, passaram de 4,136% ontem para 4,228% hoje – maior patamar desde 2007.
 
O S&P 500 terminou o dia em queda de 0,8%, enquanto o Nasdaq, que concentra ações de tecnologia, fechou em baixa de 0,6%.
 
Já no Reino Unido, que dominou o noticiário político, o pregão foi tranquilo, apesar da instabilidade política. O FTSE subiu 0,3% no mesmo dia da renúncia da primeira-ministra Liz Truss.
 
Até amanhã.
 
Maiores altas
 
Banco do Brasil (BBAS3): 4,68%
CSN (CSNA3): 3,96%
Natura (NTCO3): 3,54%
Usiminas (USIM5): 2,99%
MRV (MRVE3): 2,98%
 
Maiores baixas
 
Americanas (AMER3): -13,77%
Via (VIIA3): -7,06%
Cyrela (CYRE3): -3,48%
Yduqs (YDUQ3): -3,17%
CVC Brasil (CVCB3): -3,16%
 
Ibovespa: 0,77%, aos 117.171 pontos
 
Em Nova York
 
Dow Jones: -0,30%, aos 30.332 pontos
S&P 500: -0,80%, aos 3.665 pontos
Nasdaq: -0,61%, aos 10.614 pontos
 
Dólar: -1,08%, a R$ 5,2175
 
Petróleo
Brent: -0,03%, a US$ 92,38
WTI: -0,01%, a US$ 84,51
 
Minério de ferro: -3,02%, a US$ 90,21 no porto de Qingdao (China)

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