OPINIÃO: RIO REGISTRA ROTINA DE MORTES EM OPERAÇÃO DA POLÍCIA
Uma operação da Polícia Civil contra o tráfico na comunidade do
Jacarezinho, na zona norte do Rio, e que deixou ao menos 25 mortos —um agente
baleado na cabeça e outras 24 pessoas— mostra que alguns cidadãos não têm
direito às prerrogativas determinadas pela lei, como acusação, investigação e
julgamento, segundo o colunista Chico Alves.
Em sua coluna desta quinta-feira (6), ele pontuou o que considera
uma injustiça no caso. "Nas favelas do Rio, a legislação não tem efeito
algum. Basta que alguém seja considerado 'suspeito' para correr o risco de ser
condenado à pena capital. Depois, divulga-se a notícia de que um 'suspeito' ou
vários 'suspeitos' morreram em operação da polícia", comenta.
O morticínio acontece durante a vigência da Arguição de
Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 635, que levou o ministro Edson
Fachin, do Supremo Tribunal Federal, a determinar que durante a pandemia de
covid-19 operações policiais em comunidades pobres do Rio sejam feitas apenas
com autorização da principal corte do país.
Não se sabe se a ação de hoje foi autorizada
pelo STF, mas de qualquer
forma vai contra o espírito da ADPF, que é evitar que os moradores sejam
colocados em risco durante essas incursões"
- Chico Alves
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