UM DESABAFO DE TODA MACAPÁ-AP

 


- por Cíntia Helena

 

Há 26 dias das eleições, a falida Macapá virou um caos apocalíptico; pelo menos tiveram um pretexto de causas naturais para justificar essa histórica ineficiência, sucateamento e falta de investimento (mentiram dizendo que foi um raio, e não foi). Sem luz, água, sem comunicação, sem gelo, com filas gigantescas para comprar comida, filas enormes nos postos de gasolina, prejuízos incalculáveis para o comércio e a população, a sensação é de que voltamos às trevas da idade das cavernas. 

Vivemos momentos terríveis com nossa família, em meio à escuridão nas madrugadas em um terrível calor, passamos a noite inteira nos abanando por conta de carapanã e calor, chorei em meio à essa situação caótica várias vezes, fora alergia psicossomática que eu tenho. Muitas pessoas tomando banho com água coletada da chuva, porque não tínhamos água potável e pra comprarmos água mineral foi um verdadeiro caos, em um clima de guerra, isso quando tinha pra comprar. Na hora de assumir a responsabilidade histórica por esse apagão é um empurra-empurra da culpa, mas na hora que o ministério das Minas e energia  anunciou as primeiras soluções paliativas, os abutres locais, coronéis da ilha sofrida de duas cores, logo se apressaram em assumir o “filho”.

 Todos nós sabemos que isso é resultado da histórica falta de planejamento, estrutura, ausência de investimentos e uma total ineficiência das autoridades responsáveis. O Amapá com suas 4 hidrelétricas produz energia elétrica para quase 6 vezes mais que o seu consumo, mas nossa energia está indo embora pelo linhão do sistema nacional, tão propagado pelo ex-senador maranhense que se gabava do linhão como uma vitória para o Amapá, quando na verdade hoje descobrimos que o Amapá foi surrupiado, espoliado de nossa produção energética, que vai para o sul e sudeste ser vendida a tarifas muito mais baratas que a que pagamos aqui no Amapá, uma das mais altas tarifas de energia elétrica do mundo. 

Sei que os vendidos defensores do indefensável, os patrulheiros de redes sociais pagos com miseráveis cargos de mil reais, já estão aí em toda parte, nas redes sociais do Amapá do contra cheque, empurrando a culpa para os outros, e “passando pano” nos verdadeiros culpados, mas o povo do Amapá deve refletir bastante sobre as suas escolhas nessas próximas eleições. Os mesmos falsos usurpadores da solução, são os mesmos causadores do problema. Muita gente já foi embora de Macapá por conta desse longo caminho de decadência, dessa destruição econômica que parece que não tem fim, dessa queda livre em direção ao caos e à incerteza. 

A sensação que o Macapaense tem é de que nada melhora por essas bandas do amazonas, é uma sensação de que estamos cada vez mais nos afastando do rumo certo. Quem viaja o Brasil sabe que todos os demais estados avançam, crescem e produzem, mas o Amapá, há décadas, permanece parado, e agora temos a sensação de que estamos regredindo, caminhando para trás. Os mesmos que promoveram essa destruição estrutural da saúde, segurança, educação e infraestrutura são os mesmo que estão às portas novamente, disparados nas pesquisas, com o mesmo grupo velho que “envernizou” a cara para chamar-se de “novo”, são esses que estão aí comprando novamente o voto do povo miserável nas baixadas e pontes, a massa que compõem a gigantesca base da pirâmide do falido Amapá e que define os rumos da política decadente na base da fome, cestas básicas e materiais de construção. 

Os mesmos políticos estão aí novamente abraçando, tirando selfies com seus sorrisos forçados, hipócritas e ávidos pelo poder, falando nas suas campanhas eleitorais em “mudança, esperança, trabalho” e outros substantivos tão batidos em seus discursos bem pago e formulados pelas empresas milionárias de marketing de fora do Estado. E assim caminha os rumos da nossa combalida cidade, que um dia foi chamada de cidade “Jóia da Amazônia” carcomida pela hereditária corrupção sistêmica, num verdadeiro ciclo sistemático pútrido de retroalimentação eleitoreira que impulsiona há décadas essas terras sugadas pelas mesmas “ervas daninhas”, as velhas raposas, das velhas famílias politiqueiras. E se não houver conscientização e mudança (visto que barriga fala mais alto que a consciência por esse lado do amazonas), então vamos lá povo sofrido deste rincão setentrional, para mais quatro anos de retrocesso, destruição e corrupção, e não adianta reclamar depois das eleições, que a saúde não funciona, que a educação não melhora, que a segurança está sucateada ou que há falta de estrutura. 

“Parabéns” ao povo de Macapá pelo resultado das escolhas que alcançamos até agora, “parabéns” ao povo que luta para manter seus cargos, cestas básicas, aterros, telhas, tijolos e contratos. “Parabéns” ao povo masoquista que aceitou viver nessa constante miséria comandada e mantida pelo mesmo mecanismo sujo e sórdido da velha politicagem amapaense. “Parabéns” ao povo que vota com barriga, que troca seu voto por um ticket combustível, que aceita uma dúzia de tábuas em troca do futuro da nossa cidade. “Parabéns” ao povo que não tem mais forças nem pra reagir! Estamos a algumas semanas das eleições, que apesar de toda absoluta falta de estrutura está confirmada e mantida para acontecer dia 13/12. Não vamos favorecer essa politicagem PODRE local, faça as escolhas certas, vote em quem não faz parte do sistema, vote em quem tem ficha limpa, vote em quem não usou o fundão eleitoral, vamos resetar o sistema. Não é a política que faz o candidato virar corrupto, é o voto vendido que faz o corrupto virar político.

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