RESUMO DO DIA – EDIÇÃO DA NOITE | TERÇA-FEIRA, 16 DE JUNHO DE 2020

DOS FOGOS AO FISIOLOGISMO, A CRISE ENTRE OS TRÊS PODERES

Enquanto o Brasil se confirma como o epicentro da pandemia de coronavírus e já confirma mais de 900 mil casos oficiais da doença, Brasília segue ocupada com a crise política. De fogos de artifício a declarações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e de ministros do Superior Tribunal Federal (STF), muitos fatores estão "esticando a corda" entre os três poderes.

Hoje (16), o decano do STF, Celso de Mello, mandou recado a Bolsonaro e considerou "inconcebível" a existência de um "resíduo autoritário" nas entranhas do Estado. Foi uma referência indireta ao presidente da República, que há algumas semanas disse que não entregaria seu celular em uma investigação nem sob decisão judicial.

A relação entre a corte e a atual presidência nunca foi das melhores, mas o atrito tem aumentado nos últimos dias. Ontem, após a prisão da extremista Sara Winter, um grupo foi protestar na Polícia Federal. Hoje, com autorização do STF, a PF cumpriu mais 21 mandados de busca e apreensão em um inquérito sobre protestos antidemocráticos; os alvos foram aliados de Bolsonaro, incluindo um deputado federal.

Os bolsonaristas reagiram, de novo. Um blogueiro chamou de "verme imoral" o ministro Alexandre Moraes, do STF. Já o deputado Daniel Silveira (PSL-RJ), um dos alvos da operação da PF citada acima, afirmou que o ataque à corte com fogos de artifício foi na verdade um "ato religioso". Em meio a tudo isso, ainda há o ministro da Educação, Abraham Weintraub, que balança no cargo após intensificar seus ataques ao STF.

Com o Congresso a relação de Bolsonaro parece melhorar aos poucos. Após recriar o Ministério das Comunicações e entregá-lo ao chamado centrão, o presidente reclamou hoje de ser acusado de fisiologismo. "Estamos mantendo nosso compromisso de campanha", argumentou.

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Fonte/Foto: Arthur Sandes, do UOL, em São Paulo