ACONTECEU | FABRÍCIO QUEIROZ, EX-ASSESSOR DE FLÁVIO BOLSONARO, É PRESO EM ATIBAIA, SP
Fabrício Queiroz deixa o Instituto Médico Legal em São Paulo na manhã desta quinta-feira (18) |
Ele é investigado por
participação em suposto esquema de 'rachadinha' na Alerj à época em que Flávio
era deputado estadual. Também foram cumpridos mandados em imóvel que consta
como bem do presidente Jair Bolsonaro. G1 tenta contato com defesa de Queiroz.
18/06/2020 06h36 Atualizado há 4 minutos
Fabrício Queiroz,
ex-assessor e ex-motorista do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), foi
preso em Atibaia, interior de São Paulo, na manhã desta quinta-feira (18).
O mandado foi
expedido pela Justiça do Rio de Janeiro, num desdobramento da investigação que
apura esquema de "rachadinha" na Assembleia Legislativa do Rio de
Janeiro (Alerj). No esquema, segundo a investigação, funcionários de Flávio,
então deputado estadual, devolviam parte do salário, e o dinheiro era lavado
por meio de uma loja de chocolate e investimento em imóveis.
Queiroz estava em um
imóvel de Frederick Wassef, advogado da família Bolsonaro, que na quarta-feira
estava no Palácio do Planalto, na cerimônia de posse do ministro das
Comunicações (leia mais baixo sobre a relação de Wassef com o presidente e a
família).
Em Brasília, nesta
manhã, o presidente deixou o Palácio da Alvorada, residência oficial, em um
comboio em alta velocidade, e não parou para falar com apoiadores, como faz há
meses.
Até as 9h, o G1 não
tinha conseguido contato com a defesa de Queiroz. Após ser preso, o ex-assessor
passou pelo Instituto Médico Legal e foi levado para o Departamento de
Homicídios e Proteção à Pessoa da Polícia Civil. De lá, será levado ao Rio.
Em setembro de 2019,
Wassef disse ao programa Em Foco que não sabia o paradeiro de Queiroz, e que
não era advogado dele. Um caseiro do imóvel disse à polícia, entretanto, que o
ex-assessor estava lá havia mais de um ano, contou um dos caseiros à polícia.
Segundo um delegado
que participou da operação, foi preciso arrombar o portão e a porta da casa
onde Queiroz estava. Ele não resistiu e só disse que estava muito doente.
O Ministério Público
do Rio de Janeiro pediu a prisão de Queiroz porque o ex-assessor de Flávio
Bolsonaro continuava cometendo crimes e estava fugindo e interferindo na coleta
de provas. A Justiça autorizou também a prisão da mulher de Queiroz, Márcia
Oliveira de Aguiar.
Busca em imóvel do
presidente
No Rio, a Polícia
Civil também fez buscas no início da manhã em um imóvel que consta na relação
de bens do presidente Bolsonaro, em Bento Ribeiro, Zona Norte da capital
fluminense, e foi usado por ele como comitê de campanha na eleição de 2018.
A casa é ocupada por
Alessandra Esteves Marins, que faz parte da equipe de apoio do senador Flávio
Bolsonaro no Rio de Janeiro. Segundo as investigações, Alessandra repassou
cerca de R$ 19 mil a Queiroz.
Fabrício Queiroz em foto com Flávio Bolsonaro |
'Conheço tudo que
tramita na família Bolsonaro', disse advogado
Além de advogado de
Flávio, Wassef defende o presidente Jair Bolsonaro no caso da facada que
Bolsonaro sofreu de Adélio Bispo em Juiz de Fora (MG), durante a campanha
eleitoral para a presidência da República, em 2018, e também atuou na defesa da
família Bolsonaro no caso do porteiro.
Em entrevista à Rádio
Gaúcha em 28 de abril, o advogado disse que está "no dia a dia" com a
família presidencial:
“Eu estou no dia a
dia aqui com o presidente e com a família Bolsonaro. Eu conheço tudo que
tramita na família Bolsonaro”
Wasseff (à esquerda) participa de cerimônia de posse do ministro das Comunicações, em Brasília, na quarta (18) |
Movimentação de R$
1,2 milhão em 2016 e 2017
Queiroz foi assessor
e motorista de Flávio Bolsonaro até outubro de 2018, quando foi exonerado. O
procedimento investigatório criminal do Ministério Público Estadual do RJ que
apura as irregularidades envolvendo Queiroz na Alerj chegou a ser suspenso por
decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, após
pedidos de Flávio Bolsonaro em 2019.
As investigações
envolvem um relatório do Coaf, que apontou operações bancárias suspeitas de 74
servidores e ex-servidores da Alerj. Recursos usados para pagar funcionários na
Alerj voltavam para os próprios deputados estaduais.
A movimentação
atípica de R$ 1,2 milhão na conta de Queiroz ocorreu, segundo as investigações,
entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, incluindo depósitos e saques.
Fonte/Fotos: Bruno Tavares – G1 – São Paulo/TV Globo
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