O QUE FOI NOTÍCIA | BRASIL: TUDO SOBRE O VÍDEO DA REUNIÃO MINISTERIAL DE BOLSONARO
A sexta-feira (22) foi marcada pela divulgação da íntegra do vídeo da
reunião ministerial de 22 de abril, à qual o ex-ministro Sergio Moro se referiu
ao acusar o presidente Jair Bolsonaro (sem
partido) de interferir na Polícia Federal. O conteúdo é bombástico.
Bolsonaro admite interferência e
trocas de ministros, dizendo que não esperaria "f... sua família".
Ele também é claro ao declarar que quer "o povo armado".
Em outros trechos, o presidente ainda xinga os governadores de São
Paulo, João Doria (PSDB), e do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSL)
e diz que o STF não o fará colocar "o
rabo entre as pernas".
Já o ministro da Educação, Abrahim Weintraub, chama os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) de vagabundos e opina que deveriam "estar todos na cadeia". O sigilo sobre o vídeo da reunião foi retirado hoje pelo ministro Celso de Mello, do próprio STF. ***
Mais cedo, o ministro Celso de Mello já havia encaminhado à
Procuradoria-Geral da República uma notícia-crime sobre a investigação de
suposta interferência de Bolsonaro na Polícia Federal. Entre as medidas
solicitadas estão a busca e apreensão do celular do
presidente e de seu filho, o vereador Carlos Bolsonaro
(Republicanos-RJ), para perícia.
Em reação, o general Augusto Heleno tratou o pedido de Celso de
Mello como "inconcebível" e assinou nota oficial com uma ameaça
velada. "Tal atitude poderá ter
consequências imprevisíveis para a estabilidade nacional", escreveu.
Chamou a atenção o fato de a nota não ser assinada pela
Advocacia Geral da União, como seria a praxe, nem pela Secretaria de
Comunicação, mas pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) — do qual
Heleno é ministro-chefe.
A reação foi tratada como "desespero"
por um ministro do STF, enquanto militares consideram o tom como "jogar gasolina"
no fogo. Nos bastidores, Bolsonaro decidiu desafiar o STF
e não pretende entregar seu telefone nem mesmo diante de uma
decisão judicial.
Seja como for, a decisão final sobre permitir ou não a apreensão
dos celulares cabe ao próprio Celso de Mello. A manifestação do
procurador-geral da República, Augusto Aras é meramente protocolar.
***
A crise política em Brasília não impede o avanço do coronavírus no Brasil.
Ontem (21) o País passou dos 310 mil casos oficiais e chegou a
20.047 mortes por covid-19 registradas.
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Fonte/Foto:
Arthur Sandes, do UOL, em São Paulo
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