ASSEMBLEIA LEGISLATIVA ACEITA PEDIDO DE IMPEACHMENT DO GOVERNADOR DO AMAZONAS E VICE
Pedido foi protocolado na Casa Legislativa pelo Sindicato dos
Médicos do Amazonas, que alega má gestão no combate à pandemia do novo
coronavírus no estado
O presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), Josué
Neto, aceitou, nesta quinta-feira (30), pedidos de impeachment do Governador do
Amazonas, Wilson Lima (PCS), e do seu vice, Carlos Almeida. As denúncias foram
protocoladas na Casa pelo presidente do Sindicato dos Médicos, Mario Vianna,
que alega má gestão no combate à pandemia do novo coronavírus no estado.
Nos pedidos, enviado à Aleam no dia 27 deste mês, o médico relata
a "prática de crimes de responsabilidade e improbidade, com o "mau
uso dos recursos públicos na área da saúde do Amazonas" e o aumento de
mortes no estado.
De acordo com a Aleam, são duas denúncias separadas: uma contra
Wilson e outra contra Almeida. As duas citam colapso no sistema de saúde do
Estado durante a pandemia. Em todo o Amazonas, o número de pessoas infectadas
passa de 5 mil.
A autorização para o andamento dos dois pedidos de impeachment foi
dada pelo presidente da Assembleia, Josué Neto (PRTB), em sessão virtual.
"Após o recebimento da denúncia, será lida na sessão seguinte e definida
uma comissão especial eleita da qual participem, observada a respectiva
proporção, representantes de todos os partidos", disse Neto.
A partir de agora, de acordo a Assembleia, deputados vão indicar
os membros da Comissão Especial, que será criada para analisar os dois pedidos.
A comissão deve emitir um parecer inicial que justifique uma investigação.
Depois disso, o parecer da comissão segue para plenário. Se aceito, a Casa dará
início ao processo investigatório.
Segundo Informações da Procuradoria da Aleam, a tramitação e
análise das denúncias, bem como o número de deputados que vão compor a comissão
ainda serão definidos, visto que é a primeira vez que um governador passa por
um pedido de impeachment no Amazonas.
Governador diz "que momento é inoportuno"
Por meio de nota, o governador Wilson Lima afirmou "que o
momento é inoportuno e que a decisão não tem fundamento e está contaminada por
questões eleitorais".
No comunicado, Lima completa dizendo que respeita o debate
político na ALE-AM, mas afirma que este não é o momento para discussão de uma
pauta que está distante dos reais problemas do Amazonas e da população.
"Todos os presidentes de todas as instituições desse Estado
estão discutindo conosco soluções para a crise e o presidente da Assembleia
será muito bem vindo à mesa", frisou.
Pedidos de impeachment
Um outro pedido de impeachment havia sido protocolado pelo
Sindicato dos Médicos na Aleam na última semana. O documento ainda está na
Procuradoria da Casa Parlamentar.
Na quarta-feira (29), um novo pedido foi enviado para a Assembleia
Legislativa. Desta vez, do Conselho Regional de Administração do Amazonas, em
nome de Inácio Guedes Borges, alegando falta de honestidade na Administração
Pública Estadual na Área da Saúde e, ainda, prática de crimes de
responsabilidade, também pedindo o afastamento do governador e do vice dos
cargos, além da inabilitação para exercer função pública por período de cinco
anos.
O pedido, que ainda vai ser avaliado, acontece em meio ao colapso
na saúde, com quase 100% dos leitos públicos ocupados, por conta da pandemia no
Amazonas, que até esta quinta-feira (29) registrou mais de 4,8 mil casos
confirmados da doença em todo o Estado. O primeiro caso foi confirmado no dia
13 de março deste ano. Desde então, os casos só aumentaram.
As mortes também subiram e levou governo a instalar novas câmaras
frigoríficas em hospitais de Manaus. Além disso, câmeras frigoríficas foram
instaladas na área externa de hospitais para comportar corpos. O sistema
funerário também está afetado e, por isso, foram abertas valas comuns, chamadas
pelo órgão de trincheiras, para enterrar vítimas do novo coronavírus no
cemitério público Nossa Senhora Aparecida.
Pedido de impeachment arquivado
Um pedido de impeachment contra o governo Wilson, protocolado em
dezembro do ano passado, foi arquivado pela Mesa Diretora da Assembleia
Legislativa do Amazonas (Aleam). A justificativa, segundo consta no Diário
Eletrônico do dia 5 de fevereiro deste ano, é a falta de fundamentação e
descrição precisa dos fatos.
A vice-presidente da Assembleia, deputada Alessandra Campelo
(MDB), explicou que o pedido carece de técnicas jurídicas e não apresentou
provas a respeito do crime de responsabilidade.
Fonte/Foto: G1 AM/Carolina Diniz
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