RESUMO DO DIA – EDIÇÃO DA NOITE | TERÇA-FEIRA, 07 DE ABRIL DE 2020
CLOROQUINA VIRA NOVO PONTO DE
TENSÃO POLÍTICA NA CRISE DO CORONAVÍRUS
O uso da cloroquina no tratamento de pessoas
infectadas se tornou um dos principais pontos de debate em torno do combate ao
novo coronavírus. Apesar de
trazer esperança ao tratamento da covid-19, não há evidências conclusivas sobre
a eficácia da droga. Estudo da Fiocruz e da Fundação de Medicina
Tropical divulgado hoje mostrou que o número de mortes de pacientes
tratados com o medicamento equivale à dos que não o utilizaram.
O medicamento é amplamente defendido pelo
presidente Jair Bolsonaro (sem
partido) e, assim, tornou-se rapidamente ponto de disputa política entre seus
apoiadores e opositores. E é um dos principais pontos de divergência entre ele
e o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que recomenda cautela no uso
para o tratamento dos pacientes.
Ontem, após a tensa reunião interministerial
que quase lhe rendeu a demissão, Mandetta foi levado a uma sala para assinar um
decreto a respeito do uso da substância, mas se negou a endossá-lo. Hoje, em
entrevista coletiva, voltou a reforçar que a decisão será embasada na ciência e
falar que há pouca literatura e riscos envolvidos no uso.
A politização do tratamento envolveu até um
dos mais conhecidos infectologistas do país, David Uip, coordenador do Centro de
Contingência ao Coronavírus de São Paulo, que evitou dizer se
utilizou ou não o medicamento durante o seu tratamento para a covid-19.
"Não quero transformar meu caso em modelo para coisa alguma", disse.
Em tempo: nos Estados Unidos, o jornal The New
York Times revelou que Donald Trump, um dos mais vocais defensores do
tratamento, tem uma pequena participação
financeira na Sanofi, uma das maiores fabricantes do medicamento no
mundo.
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Fonte/Foto: Clarice Cardoso, do UOL, em São Paulo
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