POLÍCIA LIGA NAUFRÁGIO DO ANA KAROLINE III A ALUGUEL DE 20 MIL, DÍVIDAS E GANÂNCIA
Ana Karoline III foi ao fundo por excesso de carga |
No pedido de prisão de Paulo
Márcio Simões Queiroz, apontado como responsável pelo naufrágio do navio Ana
Karoline III, com mais de 80 pessoas a bordo, a Polícia Civil do Amapá relatou
que o comandante vivia sob pressão de dívidas de quase R$ 1 milhão e do aluguel
do navio.
Para driblar essa situação, ele
não teria hesitado em navegar com mais de 70 toneladas de carga acima do limite
do navio, colocando em risco a vida dos passageiros e tripulantes.
34 pessoas morreram no
naufrágio; 8 estão desaparecidas e 51 conseguiram sobreviver. Paulo Márcio
Queiroz foi preso nesta quinta-feira (26), por ordem da Justiça em Santana
(AP), a pedido da Polícia Civil.
“A tragédia foi anunciada.
Tripulantes e passageiros, antes da saída da embarcação, já previam o pior, por
isso vídeos que mostram do excesso de carga da embarcação e água entrando no
convés principal foram produzidos”, escreveu o delegado Victor Crispim Milagre,
de Santana (AP), no inquérito que subsidiou a prisão do comandante do Ana
Karoline III.
O Blog do Jeso teve acesso ao
documento. “O Sr. Paulo Márcio colocou quase que o dobro de carga acima do
limite permitido no navio Anna Karolinne III, porque estava precisando sanar
dívidas com credores, além de ter que pagar um valor mensal pelo aluguel do
navio”, detalhou o delegado.
“Até mesmo na área de lazer do
navio, onde é proibido o acondicionamento de carga, Paulo Márcio colocou
mercadoria, conforme declarações prestadas de passageiros e tripulantes”.
Aluguel e dívidas
O Ana Karoline III pertence ao
empresário Erlon Rocha. Que arrendou o navio para Paulo Márcio por R$ 20
mil/mês, com contrato assinado no dia 1º de dezembro de 2019 e término previsto
para novembro deste ano.
Antes, em novembro de 2019, já
havia sofrido um pesado baque financeiro. A balsa que ele havia alugada — São
Francisco de Assis — foi avariada com um incêndio. 60 passageiros estavam a
bordo. Todos escaparam ilesos. Mas toda a carga, avaliada em quase R$ 1 milhão,
se perdeu.
“Devido ao incêndio, o Sr. Paulo
Márcio ficou com dívida quase milionária, o Sr. Paulo Márcio ficou com dívida
quase milionária com fornecedores, pois todas as mercadorias que estavam sendo
transportadas pela embarcação São Francisco de Assis se perderam na sua
totalidade”, revelou o delegado amapaense no inquérito.
Fonte/Fotos: Blog do Jeso
Nenhum comentário:
Postar um comentário