O QUE VOCÊ PRECISA SABER
CORONAVÍRUS: QUESTÕES TRABALHISTAS E EFEITOS
ECONÔMICOS DA PANDEMIA ESTÃO EM DEBATE
O presidente Jair Bolsonaro (sem
partido) editou ontem uma MP (medida provisória) que autoriza suspensão do
contrato de trabalho por até quatro meses, com suspensão de salário dos
empregados. Após repercussão negativa,
Bolsonaro voltou atrás e disse que ordenou a
revogação deste ponto.
Líderes do Senado e da Câmara dos Deputados
comemoraram o anúncio da revogação do trecho. No entanto, os
parlamentares — não apenas os da oposição — insistem em outras mudanças no
texto para dar mais garantias ao trabalhador em meio à pandemia do coronavírus. Mais cedo,
o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), chegou a
chamar o texto de "capenga".
Efeitos econômicos da
pandemia
A suspensão dos contratos faz
parte de um conjunto de ações do governo para tentar combater os efeitos
econômicos da pandemia do novo coronavírus. De acordo com o que apurou o UOL, a
negociação entre Congresso e governo previa a edição de uma MP que suspendesse
contratos de trabalho, mas pagasse seguro-desemprego e permitisse a
livre negociação de sindicatos com empresas para manter parte da renda dos
trabalhadores.
Parte destes pontos já era
negociada entre as duas partes antes da edição da MP ontem, mas não foram
contemplados, o que causou surpresa e indignação entre os parlamentares. Agora,
há dúvidas sobre os próximos passos: o governo vai revogar totalmente a MP já
enviada ou apenas articular no Congresso a supressão do trecho em que Bolsonaro
recuou?
Segundo apuração do UOL,
o governo não contava com um plano B para essa situação. A MP já estava sendo
estudada pelo Ministério da Economia havia duas semanas. Segundo disse um
interlocutor do governo à reportagem, a medida só não havia sido divulgada na
semana passada — junto a diversos anúncios do pacote de combate ao coronavírus
— pois havia uma opção de postergar anúncios que tivessem impacto fiscal.
Fonte/Foto: Clarice Cardoso, do UOL, em São Paulo
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