SEGUNDO O BANCO MUNDIAL, O PARÁ TINHA QUASE 1 MILHÃO NA EXTREMA POBREZA EM 2018



Entre as famílias miseráveis do Brasil, o rendimento médio em 2018 foi de R$ 69 mensais. No Pará, 11,8% da população vivia nessas condições no ano passado, o que equivale a quase 1 milhão de pessoas nessas condições, identificadas pelo Banco Mundial como de extrema pobreza.
No ano passado eram 13,5 milhões de brasileiros vivendo com renda mensal per capta inferior a R$ 145, ou U$S 1,9 por dia, critério adotado pelo Banco Mundial para identificar extrema pobreza. Embora o percentual tenha ficado estável em relação a 2017, subiu de 5,8%, em 2012, para 6,5% em 2018, um recorde em sete anos.
Os dados são da Síntese de Indicadores Sociais (SIS) divulgada ontem (6), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O gerente do estudo, André Simões, ressalta que são necessárias políticas públicas para combater a extrema pobreza, pois ela atinge um grupo mais vulnerável e com menos condições de ingressar no mercado de trabalho.
“É fundamental que as pessoas tenham acesso aos programas sociais e que tenham condições de se inserir no mercado de trabalho para terem acesso a uma renda que as tirem da situação de extrema pobreza”, reforçou Simões.
O problema atual é que o valor do indicador de pobreza do Bolsa Família é de R$ 89, o que é, inclusive, inferior ao parâmetro global de R$ 145 mensais definidos pelo Banco Mundial, o que mostra que, nem mesmo o benefício é suficiente para tirar essas pessoas da extrema pobreza.
O pesquisador do IBGE Leonardo Athias explicou que, em 2011, o valor de R$ 70 para o Bolsa Família era compatível com o valor global da época, de US$ 1,25 por dia. “Por falta de correções monetárias, hoje o valor de R$ 89 é abaixo do valor global indicado pelo Banco Mundial”, destacou.
PREOCUPAÇÃO
Mas há uma informação ainda mais preocupante na medição feita pelo IBGE na Síntese de Indicadores Sociais: quase metade da população do Pará vivia abaixo da linha da pobreza. Eram 44,3% de pessoas – cerca de 3.749 milhões - que viviam com rendimento diário inferior a US$ 5,5, ou pouco mais de R$ 660 por mês. Essa é a medida adotada pelo Banco Mundial para identificar a pobreza em países em desenvolvimento como Brasil.
“São pessoas que não estão sujeitas a entrar no mercado de trabalho, são pessoas que estão fora do mercado. A melhora no mercado de trabalho não atingiu esse pessoal, atingiu um pessoal que estava em uma linha mais alta de renda” explica Leonardo Athias, sobre quem vive abaixo da linha da pobreza.
ESTADOS E REGIÕES
O Maranhão foi o estado com maior percentual de pessoas com rendimento abaixo da linha de pobreza, (53,0%). Santa Catarina, que também se mostrou o estado menos desigual na SIS, apresentou o menor percentual de pobres, com 8,0% de sua população abaixo da linha da pobreza e 1,4% na extrema pobreza, em um total de 7 milhões de habitantes.
Todos os estados das regiões Norte e Nordeste apresentaram indicadores de pobreza acima da média nacional. No Norte foram 11,0% na extrema pobreza e 41,3% abaixo da linha da pobreza, de um total de 17.857 milhões de habitantes.
No Nordeste foram 13,6% e 43,6% de um total de 56.589 milhões de nordestinos. Sul, Sudeste e Centro-Oeste apresentaram, respectivamente, 2,1% na extrema pobreza e 12,1% abaixo da linha da pobreza; 3,2% e 16,3%; e 2,9% e 16,4%.
RENDA
No ano passado eram 13,5 milhões de brasileiros vivendo com renda mensal per capta inferior a R$ 145.

Fonto/Foto: Luiza Mello, de Brasília/Ney Marcondes - DOL

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