SAÚDE | CICLO DE PALESTRAS DEBATEU VIDA SEXUAL NA GRAVIDEZ NO HOSPITAL DO MARAJÓ
A vida sexual no período
gestacional ainda é um tabu para muitas mulheres, homens e até para os
profissionais da área da saúde. Para esclarecer possíveis dúvidas e tratar
sobre o assunto, a equipe do Hospital Regional Público do Marajó (HRPM), em
Breves, encerrou nesta sexta-feira (14), um ciclo de palestras junto às
gestantes assistidas. A unidade possui várias especialidades, entre elas,
obstetrícia e ginecologia, ofertando serviço de maternidade com atenção voltada
para gravidez de alto risco.
De acordo com o enfermeiro
Michel Batista, a vida sexual não precisa sofrer graves consequências durante a
gravidez. Alguns pesquisadores defendem que manter relações sexuais nesse
período faz bem, porque ajuda a controlar a ansiedade, melhora a autoestima e
diminui a pressão arterial, que é um risco e fator desencadeante para a
pré-eclâmpsia.
Segundo ele, uma pesquisa
canadense realizada com 1.050 gestantes mostrou que 56% delas sentiram uma
diminuição no desejo sexual. "Isso pode acontecer devido às flutuações
hormonais", explicou. Já o Ministério da Saúde diz que manter relações
sexuais durante a gravidez não parece estar associado a efeitos adversos.
Michel Batista destaca que
a restrição à atividade sexual deve ser feita apenas a critério médico, por
causa de patologias como placenta prévia ou alto risco de prematuridade.
"Inicialmente, a atividade sexual está liberada durante toda a gestação,
exceto em situações especiais, aí existe a necessidade. O contato íntimo não
machuca o bebê, que está abrigado dentro do útero".
A opinião está em sintonia
com a médica ginecologista/obstetra do HRPM, Sônia Rios, ao alertar que se a
usuária estiver passando por complicações durante a gestação, a recomendação é
que não mantenha relações sexuais. Entre esses fatores de riscos, ela destaca a
ameaça de aborto espontâneo, pré-eclâmpsia, placenta prévia e, em alguns casos,
a médica recomenda o uso de preservativo, pois o sêmen pode estimular, em
algumas mulheres, contrações uterinas.
O HRPM é referência em
atendimento à gravidez de alto risco e tem como uma de suas metas assegurar um
parto mais seguro e um puerpério saudável, contando ainda com serviços voltados
às mulheres, como o "Espaço para Gestantes", que acolhe as futuras
mães.
A farmacêutica Sariane
Rezende Brasil, 27, é uma das usuárias atendidas pelo hospital e conta que
aproveita a oportunidade da consulta médica para tirar suas dúvidas.
"Sempre pergunto, tiro minhas dúvidas. Só tenho um ovário, então, fiquei
bem preocupada de prejudicar meu bebê quando engravidei, mas a doutora já me
acalmou. Acho que a relação é melhor e contribui para o parto", disse a
gestante de sete meses.
Dados de atendimentos - De
janeiro a maio deste ano, a equipe do HRPM viabilizou o atendimento de 853
consultas em obstetrícia e realizou 167 partos de alto risco.
Serviço: O HRPM oferece
atendimento de média e alta complexidade, e é referência em várias
especialidades na assistência a usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).
Dispõe de atendimento ambulatorial de segunda a sexta-feira, das 7h às 17 h. O
hospital está localizado na Avenida Rio Branco, 1.266, Centro. Mais
informações: (91) 3783-2140 / 3783-2127.
Fonte: Agência Pará de Notícias
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