A MINISTRA DAS METÁFORAS RUIDOSAS
Desde que foi nomeada,
Damares Alves tem causado muito mais repercussão com suas declarações do que o
impacto que seu ministério, da Família, Cidadania e Direitos Humanos geralmente
teria na rotina dos brasileiros.
Já tivemos Jesus no pé de
goiaba, com explicação posterior de que se tratava de uma metáfora por ter
encontrado na fé o apoio para enfrentar o trauma de um passado em que sofria
abuso sexual. Agora o lance do azul e rosa para meninos e meninas, que também
recebeu a explicação de ser uma metáfora para o combate à ideologia de gênero.
Quando você tem que vir a público explicá-las, é sinal de que não estão
funcionando bem.
Pelo jeito Damaris está
adorando. Pastora evangélica acostumada a palestrar e assessora parlamentar há
muito tempo, foi alçada à condição de ministra de primeiro escalão de uma
cadeira que se não mudará os destinos do país, fornecerá matéria prima para discussões
infinitas nas redes sociais. Uma distração das boas para um governo com muito
mais o que fazer. Trata-se de um ministério onde historicamente a retórica
prevalece sobre a prática, um prato cheio para personalidades cintilantes.
Como tudo é uma questão de
referência, lembremos que essa função seria ocupada por Magno Malta, que
certamente ‘causaria’ muito mais que Damares. E dado o estilo Bolsonaro, seria
difícil imaginar alguém com perfil discreto para esse cargo.
Damares devia esquecer os
holofotes, as metáforas e arregaçar as mangas, mesmo por que ela nâo é
exatamente um primor na comunicação, lembra um pouco uma certa presidente
impichada, sem o mesmo ‘brilhantismo’ na confusão das ideias, mas da mesma
linhagem. A diferença é que um ministro se expõe muito mais que um presidente
em conversas informais…
A ministra tem trabalho
pela frente: o combate à pedofilia, ao trabalho escravo, ao uso de adolescentes
pelo narcotráfico, o consumo de drogas na adolescência, são todas pautas de
extrema importância sob a sua tutela, entre outras. Não lhe faltam problemas
para administrar. Sua gestão será avaliada pela eficiência com a qual os
enfrentará e não pelas frases mal explicadas.
Resta a dúvida se na
prática seu trabalho terá a mesma relevância que os ruídos oriundos de suas
metáforas. Caso ela se mantenha como usina geradora de confusão, será candidata
à degola quando houver uma primeira reforma ministerial. Não nos iludamos, ela
sempre vem.
PS* É ingenuidade esperar
alguma racionalidade nas discussões das redes sociais. Para cada frase
equivocada , haverá uma proliferação de memes e compartilhamentos, trata-se do
mundo em 2019…
Fonte/Foto: O
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