FARO-PA: O LUGAR ONDE NASCEU O PROJETO BETH BRUNO



Há 12 anos, a enfermeira Antonella Marin Fioravante mantém viva a terapia floral nessa cidade paraense com a ajuda dos agentes comunitários de saúde e dos médicos cubanos
Na divisa entre o Pará e o Amazonas, às margens do rio Nhamundá, fica a pequena Faro-PA, com cerca de nove mil habitantes, sendo que a metade mora na área urbana e a outra em comunidades ribeirinhas. Basta andar pela beira do rio, olhar para o outro lado e enxergar o estado do Amazonas. Por lá, o calor é muito forte e é assim o ano todo. “Estamos perto da linha do Equador, por isso não temos variação de temperatura”, explica a enfermeira Antonella Marin Fioravante.
Antonella ficou conhecida como a “mulher das gotinhas”, desde 2006, quando organizou e participou da formação dos florais de Bach ministrada pela arteterapeuta Cecilia Tilkian e por Luciana Chammas, presidente do Instituto Healing, que gerencia e apoia o Projeto Beth Bruno (PBB). “Esse curso foi um embrião, uma semente do Projeto, que depois acabou nascendo em Santarém. Foi em Faro que inauguramos este modelo, e, a partir daquela realidade que conhecemos, sistematizamos nossos processos para que a formação pudesse ser reaplicada em diferentes lugares”, explica Luciana.
O grupo que participou da formação era grande, com 30 pessoas, a maioria agentes comunitários de saúde. “Boa parte deles acabou delegando a mim a função de preparar o frasco de floral. Eles chegavam com a fórmula pronta porque o kit de florais ficava comigo no posto de saúde”, lembra Antonella, que, na época, era coordenadora do ACS (Agentes Comunitários de Saúde), do programa do SUS (Sistema Único de Saúde), Estratégia de Saúde da Família. Interessante notar que 12 anos antes do Ministério da Saúde aprovar o uso de florais como uma prática integrativa e complementar nos postos de saúde, Faro já oferecia essa benesse à população.
Das visitas que os agentes comunitários fazem às famílias, além das questões da saúde física, eles identificam também as questões emocionais que são tratadas com os florais de Bach. “Já indiquei os florais para perda de ente queridos, para desentendimento familiar, para decepções amorosas e, até mesmo, para algumas pessoas que não aceitam sua doença, como, por exemplo, ter que tomar medicamento todos os dias”, conta a agente comunitária Claudia Melo Bitencourt. “Percebi que, após tomarem os florais, feitos pela Antonella, a autoestima deles melhorou bastante, quem vivia triste começou a sorrir de novo, encontraram razão para viver novamente.” Claudia conta um caso, em particular: “Uma pessoa queria se suicidar e graças ao floral, ao psicólogo e às minhas visitas e conversas, essa pessoa é hoje um outro homem, está vivendo a vida dele muito feliz, graças a Deus!”, diz ela apaixonada pela sua profissão de levar a saúde até a residência das pessoas.
Além dos agentes comunitários, os médicos cubanos que chegaram em Faro em 2014, pelo programa Mais Médicos, também passaram a procurar Antonella para indicar os florais aos pacientes que atendem. “Eles já conheciam os florais porque em Cuba é bem utilizado e também na parte física, como hipertensão. Passamos a usar também os florais como complemento ao controle da pressão arterial”, diz ela, que hoje se preocupa com a saída desses médicos do nosso país. “Eu estou muito apreensiva. Antes deles chegarem, tínhamos somente um médico que trabalhava no hospital e ficava na cidade três ou quatro dias por semana. O resto do tempo não tinha mais ninguém. Então, esses médicos cubanos trabalhando no posto de saúde foram uma benção e eles são muito qualificados, muito capacitados, são maravilhosos.”
Importante também tem sido o trabalho feito com os florais com as mulheres grávidas e no período da menopausa. No boca a boca, a “mulher das gotinhas” ficou conhecida entre elas. “Elas já me procuram porque sabem, de uma para outra falando, como ajuda o floral nesse período de menopausa. Têm muitas mulheres em Faro que usaram, eu usei, e foi fantástico. Passamos pelos sintomas de uma forma muito mais suave.” Antonella, que também é parteira, conta que indica os florais, principalmente, para as adolescentes na hora do parto.
Quando a terapeuta floral saiu da coordenação do ACS e foi trabalhar no Hospital Municipal Dr. Dionísio de Oliveira Bentes, levou o kit de florais, ampliando ainda mais o acesso que novas pessoas passaram a ter às essências florais. “Tenho também uma salinha na minha casa onde atendo, gratuitamente, as pessoas que me procuram e os agentes que ora me trazem as pessoas, ora preparamos juntos a fórmula floral.”
Nesse espaço, a enfermeira, parteira e terapeuta floral, também aplica o Reiki, técnica japonesa de imposição das mãos para o equilíbrio do corpo, mente e espírito. A expertise de Antonella em Reiki é tão grande que ela foi a responsável por dar a formação completa aos agentes de saúde de Santarém, que participam do Projeto.
“O Projeto Beth Bruno é de uma grande importância para o bem-estar geral na região Norte. É um divisor de águas, depois que ele foi implementado em tantas comunidades, surgiu uma outra noção de saúde. E para nós, terapeutas formados pelo Projeto, isso nos modificou. Eu converso com pessoas do Projeto e eu vejo como são pessoas melhores agora”, explica Antonella. “Eu quero me aposentar e estou procurando alguém para passar esse conhecimento todo. Sou grata a tudo o que o Projeto me proporcionou e proporciona para a população, não tem como medir os benefícios trazidos para a população do Norte, é uma coisa imensa, e minha gratidão é infinita.”

Da esquerda para a direita: Luciana, Antonella e Cecília.
Gratidão infinita tem também a população de Faro à Antonella e o Projeto Beth Bruno por ser ela a pessoa que mantém viva a terapia floral na cidade ajudando a todos a superarem seus problemas com os florais de Bach. “Para nós, do Instituto Healing, é uma alegria ver que os florais chegaram num local tão distante dos grandes centros e têm sido indicados, há tantos anos, por pessoas que entenderam profundamente seu significado. Exatamente o que o Dr. Bach esperava de suas descobertas.” comemora Luciana Chammas.

Fonte/Fotos: Keila Bis, Instituto Healing

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