IBAMA ANUNCIA MEGA FISCALIZAÇÃO PARA O BAIXO AMAZONAS APÓS A ELEIÇÃO
O Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente dos Recursos Naturais e Renováveis (Ibama/AM) através da sua
Unidade Técnica em Parintins anuncia que vai começar a executar o seu “Plano
Operacional 2018” com a realização de uma mega operação no combate a crimes
contra o meio ambiente.
A informação partiu do
chefe do órgão, o biólogo Messias Cursino, explicando que a data não pode ser
revelada para não despertar atenção dos infratores.
Ele informou que de início
o foco das fiscalizações será voltado as madeireiras localizadas nas regiões do
Mamurú e Uaicurapá, de onde estão chegando inúmeras denúncias da retirada e
transporte ilegal de madeira, além da área indígena Andirá/Mamurú onde está
havendo conflito de terras e ameaças a indígenas da etnia Sateré Mawé.
As operações também vão
abranger os municípios de Barreirinha, São Sebastião do Uatumã e Nhamundá para
averiguar as inúmeras denúncias de crimes ambientais.
Parintins
No município parintinense,
além das madeireiras instaladas nos rios Mamurú e Uaicurapá, alvos de denúncias
de exploração e transporte ilegalmente madeira, a fiscalização do Ibama vai
alcançar o extremo do Amazonas e Pará, precisamente na região onde estão localizadas
as comunidades da Ingracia e Recordação.
Nessa região segundo
Messias, o monitoramento feito por satélite identificou uma área de pressão de
desmatamento. “É a maior ocorrência desse tipo de crime ambiental nessa área.
Nós vamos fazer permanentemente um trabalho de fiscalização ou aplicação de
multas. Uma equipe do Ibama fará orientações no sentido de as pessoas evitarem
fazer a derrubada ilegal de madeira, bem como o combate as queimadas”,
explicou.
Áreas do PA Vila Amazônia
estarão inclusas para serem fiscalizadas. São aproximadamente 300 quilômetros
de estradas, ramais e vicinais que a equipe do Ibama vai percorrer para
identificar os crimes ambientais denunciados diariamente no órgão.
São Sebastião do Uatumã
No município, o foco de
atuação do Ibama também será voltado ao desmatamento. O município está sendo
considerado pelo Ibama o campeão de desmatamento no Baixo Amazonas.
Durante a Operação
Tucandeira realizada em setembro de 2017, foram lavrados 15 autos de infração
que somaram R$ 852 mil, 15 termos de embargo que interditaram 186 hectares de
áreas desmatadas e queimadas.
Segundo dados do órgão
ambiental, no período de 2014 a 2017, o município de São Sebastião do Uatumã
desmatou cerca de 1.500 hectares de florestas e passou a ser alvo de maiores
investigações e monitoramento por conta, principalmente do desmatamento.
Fiscalizações feitas nas
proximidades da Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Rio Uatumã tiveram
como finalidade aumentar o grau de proteção da floresta nos rios Maripá,
Cubuacá e Caranaucá.
Agentes do Ibama
verificaram que uma das causas apontadas para o avanço do desmatamento no
município é voltada a atividade pecuária que ocorre na região sem a devida
regularização ambiental.
A atividade da agricultura
também sem a observância da regulamentação contribui para o avanço do
desmatamento no município uatumãense, principalmente pela ausência dos órgãos
ambientais, responsáveis pela fiscalização e expedição de licenças.
Dentre os municípios do
Baixo Amazonas, São Sebastião do Uatumã e Urucará, foram os que tiveram a maior
área desmatada em 2017, muito maior que Parintins Nhamundá e Barreirinha.
O município do Uatumã tem
uma área de 10.741,039 KM2 e uma população estimada em 13.105 habitantes em
2016, segundo o IBGE, teve 10% de floresta perdida com queimadas e
desmatamentos no ano passado.
Nhamundá
A constatação de
exploradores de minérios no período de 19 a 28 de mês de março de 2017 por uma
equipe da Unidade Técnica da Fundação Nacional do Índio (Funai) e do
coordenador da CTL/PIN, Sérgio Butel, na Reserva Indígena Nhamundá/Mapuera no
Alto Nhamundá abrangendo a região Kaxuyana e Tunayana é o ponto central da
fiscalização do Ibama.
De acordo com a denúncia,
indígenas Hexkariana constantemente ouvem barulho de motores e aviões
sobrevoando a terra indígena na região do Rio Pitinga e na Cabeceira do Igarapé
da Madame, onde está havendo exploração de minérios.
O fato observado na área
pela equipe do Ibama, Polícia Militar e índios Hexkarianas alertou até mesmo a
Polícia Federal, que já fez alguns sobrevoos no local indicado pelos indígenas.
A área que possivelmente
está sendo explorada ilegalmente é dotada de minérios valiosos, entre eles,
ouro, diamante, calcário e bauxita. Recursos vegetais e a fauna também podem
estar sendo agredidos por ação ilícita.
No local há indícios de
atividade de garimpagem porque o igarapé é de água clara e límpida e a equipe
da Funai pôde observar a água barrenta descendo.
Supõe-se que um avião que
caiu no mês de maio deste ano numa área de floresta na zona rural do município
de Itacoatiara com barras de ouro pode ter decolado da área que vem sendo explorada
ilegalmente na terra indígena, embora um garimpeiro tenha informado que a
aeronave teria decolado de Itaituba (PA).
Informações chegadas a
reportagem apontam que uma equipe da Polícia Federal do Pará já mantem ocupação
da área, cessando a atividade de garimpagem que vinha ocorrendo.
Fonte/Foto: Fernando
Cardoso – Repórter Parintins/Divulgação Ibama
Nenhum comentário:
Postar um comentário