ARTIGO: UMA ALTERNATIVA À DECISÃO POR PÊNALTIS
Decisões
por pênaltis não deveriam existir. Por mais que sejam divertidas para quem não
está emocionalmente envolvido na disputa, são injustas. Meses de trabalho que
podem ser jogados fora por um mero chute ruim.
Goleiros
discordam. Afinal, o evento pode ser sua redenção. Acostumados à cruz em falhas
quase sempre definitivas que resultam em gol dos adversários, eles são
frequentemente consagrados diante do fracasso de seus usuais algozes .
Não
endosso o coro dos que dizem que são loteria. Preparo emocional e treinamento
influenciam no resultado, mas ambos não estão muito relacionados à batalha
tática e técnica que envolve uma partida de futebol. É frustrante ver um
campeonato decidido por algo tão banal.
Alternativamente
, minha primeira sugestão seria a prorrogação infinita: os trinta minutos
iniciais tais quais temos hoje, e a partir do seu encerramento, o famoso
‘golden gol’, com um detalhe picante, a cada três minutos os treinadores
deveriam retirar um jogador do campo, até que tivéssemos quatro deles (nesse
momento, teriam se passados outros 21 minutos). No 4×4, com a dimensão do
campo, seria impossível que não saísse um gol. Aliás, muito provável que ele
surgisse antes, com a criação de espaços para cada vez menos jogadores, mais
exaustos. Essa solução teria um componente estratégico interessante, afinal, o
treinador teria que decidir quem seria retirado do time a cada três minutos
adicionais. Eventualmente, esse protocolo poderia começar a partir do início da
prorrogação, de modo a encurtá-la.
Outra
possibilidade seria um ‘ataque contra defesa’ . Um trio de três jogadores sai
com a bola da intermediária, enfrentando um trio oponente e seu goleiro. O
ataque teria trinta segundos para finalizar e se a defesa jogasse a bola para
fora do campo, o lance estaria encerrado. Tal qual nos pênaltis, teríamos cinco
chances para cada lado. Um método mais emocionante e justo, afinal, seria ‘jogo
de bola’ e não ‘chute no gol’.
Nessa
Copa, foram três decisões por pênaltis em oito jogos das oitavas de final. É
provável que outras ocorram nas partidas restantes. Torço para não acontecer,
um torneio decidido nos pênaltis é como ir a uma festa sem música, a um
churrasco sem carne, à praia sem sol. Perde um pouco a graça.
Provavelmente
sou minoria, pois o povão adora a novela que envolve as cobranças, o drama dos
batedores, a glória dos goleiros, mas entendo que ambas as sugestões
contribuiriam mais para o futebol, sem causar danos ao espetáculo. Muito pelo
contrário, o tornariam mais atraente. Depois da notória evolução decorrente da
adoção do árbitro de vídeo (VAR), a FIFA bem que poderia aprimorar seu modelo
de desempate em decisões. Fica a dica.
Fonte/Foto: Blog do Victor/Reprodução
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