UM KAMA SUTRA COM SOTAQUE AMAZÔNICO


‘Fornicar’, ‘transar’, ‘comer’, ‘fazer saliência’. Assim como é vasto o vocabulário para designar o ato sexual, também são inúmeras as expressões possíveis como referência às posições sexuais. Em 1996, com a estreia na TV do sitcom global “Sai de Baixo”, estrelado por artistas como Marisa Orth, Luiz Gustavo e Miguel Falabela, o Brasil assistiu à popularização do tal “canguru perneta”.
De lá para cá, incontáveis nomenclaturas foram assimiladas ao vocabulário do brasileiro. A aproximação à realidade amazônica originou um extenso glossário. E se você tem menos de 18 anos é bom parar a leitura por aqui! O que será apresentado a seguir possui teor “sexual, cômico e educativo”, avisa o autor, necessariamente nesta ordem.Você já ouviu falar na posição “Qual é a música”? Ou no “Carro Alegórico”? Que tal “Gravata Sexual” ou “Macaco no Cipó”? Ficou curioso?
O escritor paraense Dilmar Batista (foto) explica essas e outras posições eróticas amazônidas na versão regional do livro Kama Sutra intitulado “O Couro Comeu na Kama de Noka”, que será lançado no próximo dia 27, às 18h, durante a XVII Feira Pan-Amazônica do Livro. No enredo, a épica trajetória do jovem mancebo José Adolfo da Rola Preta, ex-seminarista que abandona a batina para se render aos desfrutes da luxúria da vida libertina ao lado da cafetina Madame Noka.
A ideia surgiu durante uma viagem para a região oeste do Pará, quando o autor seguia de navio ao lado de outros escritores rumo à Santarém, para o Salão do Livro. “Estava em uma roda de bate-papo com outros escritores e havia no navio um rapaz que dizia ser o ‘rei do sexo’. Peguei a ideia e comecei a entrevistar os amigos, daí nasceu o livro.” A simplicidade com que explica a concepção da obra não reflete a complexidade das diferentes posições descobertas pelo herói José Adolfo Rola Preta ao longo da jornada. Algumas são impensáveis, porém o autor convidou o ilustrador bragantino Luciano Mesquita para dar uma força à imaginação.
INSPIRAÇÃO
A inspiração veio do Kama Sutra, texto indiano escrito por Vatsyayana Kamasutram, no início do século IV, que descreve o comportamento sexual humano. “As posições sexuais foram inventadas por pessoas como eu e você. Daí foram catalogadas e percebi que aquilo fazia parte do cotidiano delas. Algumas colhi ali mesmo, no navio para Santarém, outras foram enviadas por e-mail. Percebi que poderia ser pano de fundo para uma história legal”, diz.Impressa pela editora SantMel, em apenas 300 exemplares, o livro, segundo Dilmar, é uma obra para divertir. “Quero entreter o leitor com uma boa história, com um pouco de sacanagem, boas doses de sem-vergonhice, tudo baseado na nossa cultura”, comenta Dilmar. A capa avisa: “proibido para menores de 18 anos e maiores 80”. Dilmar é representante comercial. Já tem outro livro engatilhado: ‘Arco – Íris em Preto e Branco’.
Fonte/Foto: DOL

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