HOJE: VICE-PRESIDENTE DOS EUA VISITARÁ ABRIGO DE VENEZUELANOS EM MANAUS
Em
viagem oficial ao Brasil, o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence,
visitará, além de Brasília, a capital do Amazonas, Manaus, nesta quarta-feira
(27). Está prevista uma visita de Pence a um abrigo de imigrantes venezuelanos
que buscam melhores condições de vida no Brasil.
Cerca
de 200 venezuelanos vivem atualmente em dois abrigos administrados pela
prefeitura de Manaus. Um desses espaços, no bairro Coroado, chegou a receber
300 estrangeiros.
Nesses
locais, os imigrantes têm acesso a políticas públicas, à documentação e a aulas
de português. De acordo com o governo amazonense, há venezuelanos empregados,
mas, em muitos casos, o trabalho é informal, o que dificulta um levantamento
preciso.O governo do Amazonas confirma que ainda há venezuelanos nas ruas e os
que são encontrados nessas condições são encaminhados aos abrigos. Não há uma estimativa
de quantos vivem no estado atualmente, de acordo com a diretora do Departamento
de Proteção Social Especial da Secretaria de Estado de Assistência Social,
Julieta Morais.“Nós temos recebido muitos venezuelanos de forma espontânea. São
aqueles que não passam pelo controle da Polícia Federal, nem pelos serviços de
acolhimento em Roraima. E eles estão chegando aqui e estão se espalhando pelos
municípios também. A gente não tem controle. Estamos nos organizando para fazer
um levantamento dessa população que tem chegado. Mas seria uma mostra. Não
temos como contabilizar quem chega de carona, de moto ou a pé”.
Alguns
venezuelanos, no entanto, continuam nas ruas, mas são hoje um número bem menor.
“Em alguns pontos ainda vejo venezuelanos, na Arena Amadeu Teixeira e alguns na
Rodoviária. Mas são bem poucos. Eu acho que foram para abrigos da prefeitura ou
para municípios próximos, como Itacoatiara, que dá para ir a pé”, conta
Sebastião Romero, motorista na cidade há mais de 20 anos.Um dos principais pontos
de concentração de venezuelanos na capital amazonense, a rodoviária atualmente
abriga 12 imigrantes que chegaram de Roraima na última sexta-feira (22). O
local, no ano passado, praticamente havia se tornado um acampamento, onde eles
viviam em condições precárias. Uma articulação entre os governos federal,
estadual e municipal possibilitou a transferência dos estrangeiros para um
abrigo.
A
professora venezuelana Elimar Bello, de 39 anos, faz parte do grupo que está
dormindo na rodoviária. Ela conta que passou mais de 20 dias em Boa Vista, onde
o fluxo migratório é intenso e, por isso, decidiu tentar uma oportunidade de
qualificação e trabalho em Manaus. Foram 12 dias de caminhada entre as duas
capitais debaixo de sol e chuva.“É uma constante luta. Saí do país por causa da
situação econômica que estamos atravessando. Não é fácil ser um profissional e
não ter melhor qualidade de vida para ajudar a família e os filhos com o mais
essencial.” Elimar quer uma moradia e um trabalho a fim de conseguir trazer para
o Brasil os três filhos que ficaram na Venezuela.
Gregori
Ruiz, de 23 anos, que chegou no mesmo grupo da professora, tem a mesma
esperança. “A vida na Venezuela está muito difícil. Nós precisamos de trabalho
para ajudar nossa família na Venezuela. Como cozinheiro, pedreiro, mecânico,
borracharia, pintura. Em Roraima já tem muito venezuelano e já não querem mais
nos dar trabalho", conta.
Fonte/Foto: NOTÍCIAS AO MINUTO/ Jonathan
Ernst - Reuters
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