ADAIL FILHO DENUNCIA EXTORSÃO E GOLPE EM COARI-AM
O
prefeito de Coari, Adail Filho, protocolou na manhã desta terça-feira, 26 de
junho, no Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM), uma denúncia contra
o promotor de justiça do município, Weslei Machado, por crime de extorsão.
Junto com o documento, também foram entregues várias provas que ligar o
servidor público a um grupo que supostamente planeja o afastamento da atual
administração municipal.
Durante
coletiva de imprensa realizada na sede do MP-AM, Adail disse que o promotor
estaria envolvido com uma quadrilha que usaria testemunhas falsas para oferecer
denúncias contra o prefeito para assumir o controle da prefeitura municipal.
Ele disse ainda que Weslei Machado, que já pediu seu afastamento da vice Dra.
Mayara Pinheiro por sete vezes, tem participação no esquema e é o responsável
em realizar denúncias infundadas para desgastar sua imagem perante a sociedade
e, com isso, facilitar um golpe no futuro.
Conversas
- O esquema foi descoberto após um conhecido adversário de Adail, Joabe Rocha,
ter sido procurado para participar do suposto esquema, mas ter recusado a
proposta. Joabe gravou as conversas com um dos principais articuladores, Raione
Queiroz, que revela nas gravações o objetivo do grupo.
Em
alguns trechos, os envolvidos falam abertamente sobre a tomada da prefeitura de
Coari. “Porque eu sei que eles vão cair tudinho e nós vamos se dar bem
financeiramente (sic)”, diz Raione a Joabe oferecendo a Secretaria de Esportes
caso ele participe. As ofertas eram feitas com a anuência do vereador Samuel
Castro, nome escolhido pelo grupo criminoso para assumir a prefeitura caso o
golpe desse certo.
“Raione,
o compromisso que eu tive numa conversa foi dito isso e isso tá firmado. Nós
não vamos fazer coisa absurda porque no momento que começar haver uma desconfiança, eu acho que aí começa
a dar errado. Então explica para o nosso amigo que ele pode ficar tranquilo.
Que o que você firmar aí com ele, pode ter certeza que vai ser honrado”, afirma
Samuel a Raione. “Meu compromisso é com vocês e com político… entendeu? Que tem
o compromisso de me ajudar a administrar Coari (sic)”, diz em outro trecho.
Em
outro áudio, Raione faz ameaças a Samuel parecendo querer prevenir alguma
traição futura. “Se ele chegar a fuleirar contigo, ele está fuleirando comigo.
Ele sabe das consequências, entendeu? Ele sabe do que eu sou capaz. Tu sabe
disso Samuel. Tu, o Adeva sabem disso. Porque se vocês fulerarem comigo, do
jeito que eu tô ajudando a derrubar prefeito, vice-prefeito, presidente da
câmara e vereadores, eu derrubo vocês também, pô. Eu tenho carta na manga para
isso. Tu sabe disso (sic)”, diz Raione na conversa.
Raione
se apresenta como estagiário do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e agiria com
o promotor Weslei Aguiar na produção e divulgação das denúncias. Sobre a
importância de Weslei e Raione para a quadrilha, o vereador Samuel chega a
dizer “Que nem eu falei para ti naquele dia. Depois de Deus, depois do promotor
(Weslei Machado) eu agradeço a você (sic)”.
Questionado
por Joabe se esse golpe não seria perseguição, Raione respondeu citando o
promotor responsável pelas denúncias contra Adail. “Eu sei que é perseguição, mas como eu sei
que vai dar certo, eu tô sem medo já. Quando o promotor falou pra mim, ó: ‘Nós
já fizemos a nossa parte. A outra parte é a parte política. É a parte para
prender o Adail. Se vocês conseguirem isso, ótimo. Mas a parte dele ele já fez
(sic)”.
Golpe
- A parte em questão, conforme o denunciante, seria o início do plano. Com as
denúncias constantes, o prefeito teria sua imagem fragilizada, facilitando seu
afastamento. Com testemunhas falsas, ofereceriam denúncias e tentariam enganar
os órgãos fiscalizadores, a Justiça e imprensa.
As
denúncias teriam por objetivo atribuir crimes falsos ao prefeito, sua vice,
presidente da câmara e alguns vereadores. Com isto, abriria espaço para o grupo
assumir a prefeitura. Neste momento Raione cita a participação de um dos
advogados do ex-prefeito Magalhães, Flávio Britto, que atualmente atua como desembargador
eleitoral em Brasília. Conforme Raione, ele é quem dá as orientações e escreve
as peças com denúncias.
“Dr.
Flávio Britto fez a peça. Quando o Dr. Flávio Britto me liga, ele passa mais de
uma hora conversando comigo. Me instruindo. `Raione é assim, assim, assado`
(sic)”. Raione dá a entender nos áudios que Flávio também orientou sobre o que
deveria acontecer após o golpe.
“Vou
te falar umas coisas aqui, no mínimo o Samuel passa seis meses. o Dr. Flávio
(Britto) garantiu. No mínimo seis meses. Aí, depois de seis meses, pode ir
prorrogando. Aí faz os vereadores faltarem, “pra” não fazer. Faz aquelas
manobras, sabe?! Os vereadores faltam, não dá quórum… e vai ganhando tempo. Vai
ganhando tempo. Aí a justiça obrigatoriamente lança a eleição. Aí a gente já tá bem po… tá articulado
financeiramente, politicamente…. tudo isso (sic)”, revela.
Extorsão
- Quando Raione ficou ciente de que, além de não participar do esquema, Joabe
entregaria os áudios a Adail Filho, teria oferecido um
“acordo”,
supostamente em nome do promotor. O prefeito deveria pagar R$ 1,5 milhão para
Raione, onde R$ 1 milhão seria para ele e os outros R$ 500 mil reais para o
promotor Weslei Aguiar. Com o pagamento as denúncias acabariam e ainda seriam
arquivadas. Adail chamou isso de extorsão durante a coletiva.
A
denúncia da extorsão foi efetuada formalmente no dia 16 de maio ao Conselho
Nacional do Ministério Público e Procuradoria Geral do Ministério Público, mas
no dia 21 do mesmo mês, a quadrilha entrou com outra ação com a mesma acusação,
tentando inverter o caso. Para tentar dar credibilidade o grupo tentou emplacar
o caso na imprensa.
“Isso
para mim é extorsão! Isso é crime! Faço parte de uma geração que não está
disposta a participar desses esquemas asquerosos que tem feito tanto mal para a
população”, disse Adail durante entrevista. Após dar entrada na denúncia, Adail
reforçou ao procurador geral do Ministério Público do Amazonas a importância de
investigar o caso de forma célere.
LINK PARA DOWNLOAD DOS ÁUDIOS: https://we.tl/8vqUC3Fh87
Fonte/Fotos: William Pereira
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