MARCO HISTÓRICO: COMUNIDADE EM ORIXIMINÁ-PA PASSA A SER O MAIOR QUILOMBO TITULADO DO BRASIL
Comunidade Cachoeira Porteira recebeu neste sábado (3) o título
coletivo. Área do quilombo é de 225 mil hectares e 145 famílias foram
beneficiadas com a entrega da documentação.
Um
marco histórico para as comunidades tradicionais é quando os direitos são
reconhecidos perante a sociedade e a lei. Os moradores da comunidade Cachoeira
Porteira, em Oriximiná, no oeste do Pará, receberam neste sábado (3) do
Instituto de Terras do Pará (Iterpa) a titulação coletiva de terra de
remanescentes de quilombos.
O
documento foi entregue às 145 famílias pelo governo do estado e o Iterpa.
Segundo o Instituto, desta forma a comunidade passa a ser o maior quilombo
titulado do Brasil, com 225 mil hectares, ampliando a área titulada do Pará.
A
titulação do território quilombola de Cachoeira Porteira ocorreu pela
desafetação de parte das florestas estaduais (Flotas) de Trombetas e Faro,
aprovada pela Assembleia Legislativa do Pará e decretada pelo governador Simão
Jatene.
Nos
próximos dias serão efetivados novos títulos em favor das comunidades Ramal do
Caeté, em Abaetetuba/Moju; Espírito Santo, no Acará, e São Tomé do Tauçu, em
Portel, beneficiando um total de 320 famílias.
De
acordo com o Iterpa, com os títulos a serem entregues, o Pará caminha para a
consolidação de estado que mais titulou áreas em prol dos remanescentes de
quilombos no Brasil. Das 170 comunidades tituladas no país, 62 estão no Pará,
sendo que destas 53 foram tituladas pelo Iterpa.
“Com
esses títulos, as famílias beneficiadas poderão acessar as políticas públicas
que possibilitam o progresso e o desenvolvimento da comunidade”, enfatizou o
presidente do Interpa, Daniel Lopes.
A
entrega do título faz parte do planejamento do Iterpa que elegeu como
prioridade a regularização fundiária não somente de pequenos produtores rurais,
mas também de comunidades quilombolas e extrativistas. Entre pequenos
produtores, comunidades quilombolas, projetos de Assentamento Agroextrativista
e termos de permuta já são mais de seis mil títulos entregues somente no
período de 2015 a 2017.
O
órgão pretende avançar ainda mais com o objetivo de promover o reconhecimento
das comunidades remanescentes de quilombos. Para isso, várias ações estão sendo
realizadas em campo, como vistoria técnica nas áreas de Tauerá, Buiuçu, Taperu,
Turu e Maripi, no município de Porto de Moz, e, ainda, o pagamento de
indenizações e benfeitorias dos imóveis rurais em comunidades no Acará e Moju.
Para
2018, os trabalhos de regularização também prosseguem nas comunidades do Alto
Acará, no Acará; Ariramba, em Óbidos; São João, em Prainha; Umarizal, em
Oeiras/Baião/Bagre; São Pedro, em Castanhal e Menino Deus de Pitimandeua, em
Inhangapi.
Fonte/Foto: G1 Santarém, PA/Antônio Cícero –
Agência Pará
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