CALAMIDADE TRANSAMAZÔNICA
Quarenta e oito anos depois de seu início, em 1970, até hoje a Transamazônica (BR-230) não foi concluída. É o retrato do abandono da região amazônica e do Pará pelo governo federal. Durante o verão, os buracos e a poeira. Na época de chuvas, os imensos atoleiros. Caminhoneiros e agricultores precisam de coragem para encarar a lama e seguir viagem. Nas ladeiras, caminhões, carretas e ônibus só conseguem trafegar com a ajuda de trator. Os motoristas têm que pagar entre R$50 e R$70 pelo serviço de reboque. Já os motociclistas precisam empurrar o veículo enquanto aceleram o motor. Nos municípios, desabastecidos de gêneros alimentícios e remédios, os preços dos produtos triplicam, pelas imensas dificuldades de acesso.
Ontem,
entre Altamira e Novo Progresso, a cerca de 40 Km de Itaituba, por muito pouco
não houve uma tragédia. Um ônibus lotado de passageiros, oriundo de
Divinópolis, município de Rurópolis, foi tragado pelas águas nesse trecho, que
rompeu justamente durante a passagem do veículo. Felizmente todas as pessoas
conseguiram desembarcar antes. Momentos de desespero e terror como esse são
constantes na rodovia, embora de quatro em quatro anos, ao longo das décadas,
todos os presidentes da República e seus ministros invariavelmente prometam o
asfaltamento.
Já
na BR-163, a Santarém/Cuiabá, entre os municípios de Uruará e Placas os
atoleiros se espraiam ao longo de 60 quilômetros. No Km 192, na ladeira
Lambreta, famosa na região pelo grau de dificuldade oferecido aos motoristas, a
12 quilômetros do centro urbano de Uruará,
uma cratera é prenúncio de desgraça.
Fonte: Franssinete Florenzano, uruatapera.blogspot.com.br
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