CIRCO DOS HORRORES NO MINISTÉRIO
- por Franssinete Florenzano
Os
cidadãos brasileiros assistem, estupefatos e indignados, à escolha da nova
ministra do Trabalho, Cristiane Brasil (PTB),
condenada no ano passado pelo Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região
por irregularidades trabalhistas (jornada exaustiva de 15h diárias e sem CTPS
assinada). No lugar dela, em um Congresso no qual pelo menos metade responde a
processos administrativos, criminais e cíveis, vai ficar o suplente Nelson
Nahim (PSD-RJ), irmão do ex-governador Anthony Garotinho, condenado também em
2016 a 12 anos de prisão por exploração sexual de crianças e adolescentes no
tristemente famoso "caso das meninas de Guarus”. As vítimas, com idade
entre 8 e 17 anos, eram mantidas em uma casa com as portas e janelas trancadas,
sempre sob vigília armada, obrigadas a consumir drogas e a fazer até trinta
programas por dia, conforme denúncia do Ministério Público acatada pelo
Judiciário. Vergonhoso. Revoltante!
O
presidente Michel Temer, aos 77 anos, está rasgando sua própria biografia. De
constitucionalista respeitado vai passar à História como aquele que usou
indulto de Natal para “dar concretude à
situação de impunidade, em especial aos denominados ‘crimes de colarinho
branco’, desguarnecendo o erário e a sociedade de providências legais voltadas
a coibir a atuação deletéria de sujeitos descompromissados com valores éticos e
com o interesse público garantidores pela integridade do sistema jurídico”,
isto nas palavras de ninguém menos que a presidente do STF, ministra Carmen
Lúcia.
O
Ministério de Temer é um circo de horrores, onde já pontificou Geddel Vieira
Lima, aquele que tentou coagir o então ministro da Cultura a dar lustro de
legalidade à especulação imobiliária e que também já se firmou na memória
nacional de forma repulsiva com as suas malas de R$51 milhões.
Não
menos emblemático é o fato de que o ministro da Justiça e da Segurança Pública
Torquato Jardim, jurista admirado e ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral,
afirmou que “comandantes de batalhão são sócios do crime organizado no Rio”,
que "o comando da PM decorre de acertos entre um deputado estadual e o
crime organizado", e que "o governador Luiz Fernando Pezão e o
secretário de Estado da Segurança Pública, Roberto Sá, não têm controle sobre a
Polícia Militar". O corajoso ministro está sendo alvo de processo por suas
denúncias, em ação perante o STF cujo relator é o ministro do Edson Fachin.
Porém não se sabe de qualquer medida para apurar a veracidade de suas palavras.


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