ALEPA REPERCUTE CASSAÇÃO DO MANDATO DE JATENE
A
cassação do mandato do governador Simão Jatene, pelo Tribunal Regional
Eleitoral (TRE), na quinta-feira (30), continua repercutindo na Assembleia
Legislativa do Pará (Alepa). A condenação por abuso de poder econômico
relacionada à concessão irregular do Cheque Moradia durante a campanha
eleitoral de 2014 foi entendida como justa por deputados da oposição. Já alguns
aliados disseram ter recebido a notícia com surpresa, mas não acreditam que
isso traga problemas à governabilidade do Estado. José Scaff (PMDB) elogiou a
votação, sobretudo o voto da juíza federal Luciana Daibes.
“Ela
parou para estudar o relatório e o fez com primor”, reforçou. Iran Lima, líder
do mesmo partido, foi mais duro: “Dos R$ 180 milhões usados no Cheque Moradia
no ano de 2014, pelo menos R$ 130 milhões não estavam previstos em nenhum
orçamento”, afirmou. Ele acrescentou que o governador precisa ter respeito.
“Precisamos de candidatos que cheguem ao poder sem a força da máquina, da
corrupção. E o TRE ajudou nesse combate”, disse o deputado.
O
presidente da Alepa, Márcio Miranda (DEM), que assumiria temporariamente o
Executivo caso a cassação de Jatene seja mantida pelo Tribunal Superior
Eleitoral (TSE), declarou que esse problema não é do Governo, e sim do
governador, que vai se defender como lhe couber.
SURPRESA
“Fomos
pegos de surpresa. De certa forma porque passamos a maior parte do tempo
cuidando aqui do ritmo da casa”, afirmou. Francisco Melo, o Chicão (PMDB),
acredita que, se Jatene recorrer ao TSE, a decisão do TRE deverá ser
confirmada. Já Sidney Rosa (PSB), da base aliada, confia na superação dessa
condenação e lamenta que o TSE seja “ocupado” com mais essa tarefa. “É algo que
poderia ter sido mais facilmente resolvido aqui mesmo”.
Lélio
Costa (PCdoB), disse que o momento é de torcer para que os próximos governantes
tenham mais responsabilidade. “Houve distorção do resultado nas urnas por causa
do uso abusivo da máquina. Não há como discordar”, disse. “Política pública é
para beneficiar e não para fazer o povo votar de forma coagida”, finalizou. A
decisão do TRE ainda não foi publicada. Quando isso ocorrer, Jatene terá 3 dias
para recorrer.
Fonte/Foto: Carolina Menezes - Diário do
Pará/Ricardo Amanajás


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