SAÚDE: BELÉM-PA JÁ IMUNIZA MENINOS CONTRA O VÍRUS HPV
Iniciada em todo o Brasil na segunda-feira, vacinação aumenta
defesa contra câncer
As
Unidades Municipais de Saúde de Belém já estão atendendo meninos na faixa
etária de 12 a 13 anos com a vacinação contra o HPV (Papiloma Vírus Humano). Em
todo o Brasil, os meninos já podem ser vacinados desde a última segunda-feira,
2. A medida é uma das novidades anunciadas pelo Ministério da Saúde para o
calendário de vacinação 2017. A expectativa do Ministério da Saúde é proteger
3,6 milhões de meninos este ano. Foram adquiridos seis milhões de doses ao
custo de R$ 288,4 milhões.
Até
o ano passado a vacina contra o HPV estava disponível apenas para meninas de 9
a 13 anos e meninas com 14 anos que ainda precisavam tomar a segunda dose da
vacina. Agora, tamblém serão vacinados portadores do HIV/Aids, mediante
indicação médica, com idades entre 9 e 26 anos.
De
acordo com a diretora do Departamento de Vigilância em Saúde (Devs) da Sesma,
Leila Flores, a vacina protege os meninos contra várias doenças. “A proteção
para os meninos é contra câncer de pênis, ânus e garganta e contra as verrugas
genitais”, explicou. A vacinação também implicará, segundo ela, na redução da
incidência do câncer de colo de útero e de vulva nas mulheres. Para as garotas,
o foco da imunização é proteger também contra o câncer vaginal e anal, lesões
pré-cancerosas, verrugas genitais e outras infecções causadas pelo vírus.
Outra
novidade é a ampliação da cobertura da vacina para meningite C que, até 2016,
atendia apenas crianças de três meses até quatro anos e agora inclui
adolescentes na faixa etária de 12 e 13 anos, em dose única. Ainda de acordo
com Leila Flores, tanto a vacina contra o HPV quanto a vacina contra a meningite
C estão rotineiramente disponíveis nas salas de vacinação das unidades de
saúde.
“Os
pais podem procurar nossas unidades de saúde que a vacina está disponível. Em
2016 foram aplicadas em Belém 16 mil doses em meninas e, para ampliar esse
número em 2017, vamos fechar parcerias com escolas públicas e privadas para
alcançar o maior número de adolescentes. É importante ressaltar que a
imunização continua valendo para meninas de 9 a 13 anos”, acrescentou.
A
servidora pública Fátima Pompeu, que tem um neto de 11 anos, considera
importante que os pais tenham a consciência de que a vacinação deve começar na
infância e ser continuada na adolescência.
“Pais
e responsáveis devem ter com os adolescentes a mesma preocupação que têm com as
crianças”, destacou.
Alcance deve ser ampliado para garotos de 11 e 10 anos em 2018 e
2019
O
HPV é transmitido pelo contato direto com pele ou mucosas infectadas por meio
de relação sexual. Também pode ser transmitido da mãe para filho no momento do
parto. A pasta informou que a faixa etária será ampliada para meninos entre 9 e
13 anos até 2020, gradativamente. Segundo tabela divulgada pelo ministério, no
ano que vem, a oferta da vacina incluirá meninos de 11 anos. Em 2019, garotos
de 10 anos passarão a ser imunizados também; e em 2020, os de 9.
Os
meninos devem tomar duas doses, com seis meses de intervalo entre cada uma.
Para os portadores do HIV entre 9 e 26 anos, o esquema vacinal é de três doses
– intervalo de 0, 2 e 6 meses. A vacina disponibilizada para os garotos é
quadrivalente, a mesma que, desde 2014, é oferecida pelo SUS somente para as
meninas. O imunizante protege contra quatro subtipos do vírus HPV (6, 11, 16 e
18) e possui 98% de eficácia.
A
definição da faixa etária para a vacinação visa proteger as crianças antes do
início da vida sexual e, portanto, antes do contato com o vírus. De acordo com
a pasta, o câncer de garganta e de boca é o 6º tipo no mundo, com 400 mil casos
ao ano e 230 mil mortes. Ainda segundo o ministério, mais de 90% dos casos de
câncer anal têm origem na infecção pelo HPV.
A
decisão de ampliar a imunização contra o vírus para o sexo masculino segue
recomendações das Sociedades Brasileiras de Pediatria, Imunologia, Obstetrícia
e Ginecologia, além de DST/AIDS, e do Advisory Committee on Imunization
Practices (órgão consultivo de imunização dos Estados Unidos). A vacina é
aprovada pelo Conselho Consultivo Global sobre Segurança de Vacinas da
Organização Mundial de Saúde (OMS). Atualmente, seis países utilizam a vacina
HPV para meninos como estratégia de saúde pública: Estados Unidos, Panamá,
Porto Rico, Áustria, Israel e Austrália.
Segundo
o Ministério da Saúde, até 2018 a produção deverá ser 100% nacional, numa parceria
entre a pasta e o Butantã. No calendário de 2017 do SUS foram incluídas as
meninas que chegaram aos 14 anos sem tomar a vacina ou que não completaram as
duas doses indicadas. O ministério estima que 500 mil adolescentes estejam
nessa situação.
Fonte/Foto: O Liberal/Valdeci Galor


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