MASSACRE EM MANAUS-AM: GOVERNO TENTA SE ESQUIVAR, MAS ATÉ A ONU CULPA AUTORIDADES
Manaus
- Enquanto o governador José Melo tenta se esquivar da responsabilidade sobre o
massacre no sistema penitenciário de Manaus, inclusive com críticas do ministro
da Justiça sobre a justificativa simplista de que o motim foi apenas guerra de
facções, a Organização das Nações Unidas (ONU) diz que a responsabilidade pela
situação dos presos é sempre das autoridades. Entre o domingo e a
segunda-feira, 60 detentos foram mortos em duas cadeias da capital amazonense.
A
ONU pediu que as autoridades do Estado investiguem o crime de forma “imparcial
e imediata”. “Pessoas que estão detidas estão sob a custódia do Estado e,
portanto, as autoridades relevantes carregam a responsabilidade sobre o que
ocorre com elas”, apontou a ONU, em contraste com a tentativa de sair pela
tangente do governador, durante coletiva: “vocês vão imprensar só a mim?”. A
postura adotada pelo governo Melo evidencia uma gestão pública despreparada,
com problemas que já saltavam aos olhos na área da Saúde e no Fisco.
Rebelião em Manaus faz governo federal tirar plano de segurança do
papel
O
governo vai tirar do papel o Plano Nacional de Segurança Pública, que está em
gestação desde meados de maio. Depois da rebelião em Manaus, o presidente
Michel Temer pediu ao ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, que apresse o
programa para lançá-lo neste mês. A
proposta já foi submetida aos secretários nacionais de Segurança e prevê ações
para combater o crime organizado e o tráfico de droga e armas.
Secretarias cobradas
Ontem,
o Ministério Público Federal (MPF) requisitou à Secretaria de Administração
Penitenciária (Seap) e à Secretaria de Segurança Pública (SSP) que informem o
que será feito para garantir a integridade física e moral dos presos
custodiados no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj).
Olho no poder
O
Ministério Público Federal (MPF) relembrou, ontem, que fez denúncias
ressaltando que a “sensação de poder da facção (Família Do Norte) é tão grande
que suas lideranças chegam inclusive a discutir como infiltrar seus
integrantes
na política, cogitando a eleição de vereadores e prefeitos” do ano de 2016.
Questões complexas 1
O
ministro da Justiça, Alexandre Moraes,
disse que os massacres não são fruto simplesmente de guerra de facções.
“Isso é algo que não vem sendo divulgado exatamente porque é sempre mais fácil
uma explicação simplista (...) porque isso minimiza questões muito mais
complexas”.
Questões complexas 2
Entre
as ‘questões complexas’, o ministro apontou a corrupção dentro dos presídios,
que permite a entrada de presos. Diante da afirmação do ministro, o governador
parece não ter explicações.
Provisórios acima da média
De
acordo com o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, dos 630 mil detentos
brasileiros, 41% são provisórios e não poderiam estar misturados com presos que
cometeram crimes bárbaros. No Amazonas, os presos provisórios são 56% dos
internos, de acordo com a Defensoria Pública do Estado.
Encontro com ministro
O
ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, deverá ter encontro com juízes da
área criminal do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) após o recesso
judicial.
Minimizar riscos
O
objetivo do encontro, segundo o desembargador Flávio Pascarelli, presidente do
TJAM, é discutir soluções para o Sistema de Justiça do Estado, “no contexto das
medidas que possam contribuir para prevenir e minimizar os riscos de novas
rebeliões no sistema prisional”.
Fonte: Coluna Claro & Escuro desta quarta-feira, dia 4 de janeiro,
do DIÁRIO DO AMAZONAS

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