PRESOS QUERIAM ARMAS DO ARSENAL DA CADEIA, MAS MOTORISTA IMPEDIU. NEGOCIADOR FOI DECISIVO. HERÓIS DA REBELIÃO NO COMPAJ
A
rebelião no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) não teve só barbárie.
Teve heroísmo também. Um motorista, que trabalha com os agentes carcerários,
conseguiu se esgueirar para dentro do arsenal da cadeia, alvo dos rebelados, e
retirar as armas por um buraco do ar-condicionado, instantes antes que o local
fosse tomado. O major PM Algenor Teixeira Filho, negociador experiente, mesmo
cedido ao Ministério Público Estadual do Amazonas (MPE-AM), se fez presente no
local. O tenente Aldivan, da Rocam, de serviço, chegou primeiro ao local e
negociou diretamente com Marabá, um dos líderes do levante, para libertar os
reféns. O major Paulo Emílio, também negociador, entrou na missão e também se
destacou. São heróis, ainda não citados, decisivos para evitar que a rebelião
tivesse resultado ainda mais catastrófico.
Não terminou
A
rebelião do dia 1º/01, ainda não terminou. O número de mortos, oficialmente em
60, 56 no Compaj e quatro no Puraquequara, pode ter aumentado com os três
corpos encontrados nas matas da BR-174. E, certamente, o massacre de Boa Vista,
com 33 mortos, foi um reflexo da briga entre Família do Norte (FDN) e Primeiro
Comando da Capital (PCC). Choque salva
três amarrados para degola
O
Batalhão de Choque invadiu a Cadeia Pública Vidal Pessoa, na rebelião de
domingo (08/01), instantes antes que os presos degolassem três companheiros de
cela. Eles estavam amarrados e com as cabeças abaixadas, esperando apenas o
cutelo. Vão comemorar aniversário duas vezes.
Cinco se refugiaram no forro
A
rebelião da Vidal Pessoa tinha como alvo presos que não pertencem ao PCC e se
recusaram a aderir. Cinco deles encontraram um buraco no forro e se esconderam
lá para escapar da sanha assassina. Quando a Polícia Militar invadiu o local,
eles desceram e se entregaram.
Jimmy Robert
Jimmy
Robert, condenado a 100 anos de prisão, dia 22/11/2013, como mandante da morte
do pai, da tia e da prima, todos da família Belota, escapou por pouco da morte.
Marcado para morrer, ele vem sendo transferido de cadeia em cadeia, para evitar
o juramento dos “xerifes”. Isolamento
Marcos
Willians Herbas Camacho, mais conhecido como Marcola, líder do PCC, evitou a
generalização da briga de facções nas cadeias do Brasil. Teria conversado com
Fernandinho Beira-Mar, do Comando Vermelho (CV), para isolar a FDN e restringir
o confronto ao Norte e Nordeste. Problema é que Zé Roberto da Compensa, líder
da FDN, tem um trunfo na mão: é o principal fornecedor de droga dos morros
cariocas.
‘Limpeza’
O
massacre no Compaj foi uma espécie de “limpeza”. Só 28 dos 60 mortos
inicialmente contabilizados pertenciam ao PCC. Os demais eram todos
estupradores e ladrões. Com os 33 mortos em Boa Vista, ligados à FDN, a conta
do confronto teria zerado com folga.
Polícias em pé de guerra
Peritos
do Instituto Médico Legal (IML), além dos policiais civis e militares, em meio
à crise nos presídios, que ganhou contornos internacionais, foram às ruas
reivindicar promessas de campanha não cumpridas pelo governador. A PC marcou
uma paralisação para dia 18/01. A PM resolveu dar chance ao governador de
cumprir o que prometeu.
Fonte/Foto: portaldomarcossantos.com.br
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