REVOLUÇÃO: COM QUE ROUPA?
- por Lúcio Flávio Pinto (*)
Nenhum
dos candidatos à prefeitura de Belém apresentou um plano de governo, mesmo que
em forma sucinta ou executiva. Limitaram-se a anunciar iniciativas através dos
programas de rádio., televisão e internet. O prefeito Zenaldo Coutinho
assegurando que, já tendo feito alguma coisa, fará ainda muito mais. O
ex-prefeito (por oito anos) Edmilson Rodrigues prometendo que fará uma
revolução em Belém.
Como?
Com obras isoladas, um pinga-pinga ali e outro acolá? Dando continuidade ao que
vem dando certo, ou ao menos com suas obras prosseguindo (aos tropeções e com
orçamento estourado) há três ou quatro gestões, sem desviar Belém da paralela
entre o que os candidatos anunciam (e repetem) a cada nova eleição e o perfil
da cidade?
O
companheiro de partido de Edmilson, que se tornou o maior nome do PSOL e,
talvez, dependendo do resultado do do dia 30, a mais bem sucedida candidatura
da esquerda, Marcelo Freixo, apresentou um programa de governo para o Rio de
Janeiro, em contraste com as oito páginas do seu adversário (e, até pouco tempo
atrás, favorito), Marcelo Crivella, do mais novo e dos mais poderosos partidos
do país, a Igreja Universal do Reino de Deus.
Mesmo
com essa credencial, Freixo disse à Folha de S. Paulo que está disputando uma
eleição e não fazendo uma revolução. É justamente o inverso do que proclama
Edmilson, sem qualquer fundamento para esse anúncio. Mas o que mesmo tem
fundamento na retórica dos candidatos a prefeito da capital paraense?
(*) Lúcio Flávio Pinto é jornalista profissional desde
1966. Percorreu as redações de algumas das principais publicações da imprensa
brasileira. Durante 18 anos foi repórter em O Estado de S. Paulo. Em 1988
deixou a grande imprensa. Dedicou-se ao Jornal Pessoal, newsletter quinzenal
que escreve sozinho desde 1987, baseada em Belém.
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