ABERTURA DAS OLIMPÍADAS 2016, NO RIO: DANÇARINOS DE PARINTINS ENCENARAM FORMAÇÃO DOS POVOS INDÍGENAS
Do
começo da vida, a homenagem avança até a formação dos povos indígenas, cuja entrada
foi representada por 72 dançarinos das duas grandes agremiações do Festival de
Parintins
A cerimônia de abertura dos Jogos Rio 2016 exalta uma das
principais características do Rio de Janeiro: a combinação entre áreas verdes e
urbanas. A cidade possui duas grandes reservas ambientais, a Floresta da Tijuca
e o Parque Estadual da Pedra Branca, e imagens aéreas mostraram a proximidade
desses espaços em um videoclipe com a música Aquele Abraço, cantada por Luiz
Melodia, que o público acompanhou nos versos mais famosos.
O cantor Paulinho da Viola emocionou o público com uma
interpretação do Hino Nacional em um palco inspirado nas formas do arquiteto
Oscar Niemeyer. Ao violão, o cantor foi acompanhado por uma orquestra de
cordas. A bandeira do Brasil foi hasteada pelo Comando de Policiamento
Ambiental do Rio de Janeiro e 60 bandeiras foram carregadas por 50 atletas
iniciantes e estrelas do esporte como Virna, Robson Caetano, Maureen Maggi e
Flávio Canto.
A festa seguiu com uma homenagem ao "espírito da
gambiarra", definido pelos organizadores como "o talento para fazer
algo grande a partir de quase nada". Nessa parte da abertura, a arte
geométrica brasileira foi homenageada, como referências a Athos Bulcão,
geometria indígena, estampas africanas e azulejos portugueses. As duas
mensagens mais importantes da cerimônia, a paz e a sustentabilidade, vieram
logo em seguida, com a transformação do símbolo da paz em uma árvore.
Logo depois, a cerimônia voltou no tempo, ao nascimento das
imensas florestas que cobriam o Brasil na chegada dos portugueses. Do começo da
vida, a homenagem avança até a formação dos povos indígenas, cuja entrada foi
representada por 72 dançarinos das duas grandes agremiações do Festival de
Parintins, os Bois Caprichoso e Garantido.
A chegada dos europeus em caravelas, o desembarque forçado dos
africanos escravizados e a migração de árabes e orientais ao país foi
representada após, com pessoas que descendem de cada um desses grupos.
Grupos de parcour atravessaram o palco e pularam sobre telhados de
prédios na parte da cerimônia que destacou a urbanização do Brasil
contemporâneo, concentrada em grandes cidades. Ao som do clássico Construção,
de Chico Buarque, acrobatas desafiaram as fachadas dos
prédios e montaram uma parede, de trás da qual o avião 14 Bis saiu
ao som de Samba do Avião, com um ator interpretando o inventor Santos Dumont.
O avião voou pelo Maracanã e a bossa nova continuou a dar o tom da
festa com a exaltação das curvas do Rio de Janeiro, que inspiraram Tom Jobim,
Vinícius de Moraes, Oscar Niemeyer e o paisagista Roberto Burle Marx.
Giselle Bündchen interpretou a Garota de Ipanema e desfilou no
Maracanã, enquanto Daniel Jobim, neto do maestro, tocava o clássico. Por onde
passava, Giselle desenhava curvas que formavam obras de Niemeyer, como a Igreja
da Pampulha e a Catedral de Brasília.
Depois de Ipanema, as favelas foram representadas com um show de
ritmos como o samba e o funk, que reuniu as cantoras Elza Soares, que interpretou
o Canto de Ossanha, e Ludmilla, com oRAP da felicidade ao lado de dançarinos de
passinho. O rapper Marcelo D2 e o cantor Zeca Pagodinho simularam um duelo de
ritmos, representando a diversidade da música do Rio de Janeiro.
A partir daí, a importância dos negros na cultura brasileira
ganhou destaque com as rappers Karol Conka e McSofia, de apenas 12 anos.
Manifestações culturais como o maracatu, os bate-bolas e o bumba-meu-boi também
dividiram o espaço no palco do Maracanã e o treme-treme, do Pará, foi
representado pela Gang do Eletro.
A diversidade era representada no palco em tom de disputa até que
a conciliação veio com Jorge Ben Jor e a frase: "Vamos procurar as
semelhaças e celebrar as diferenças". O cantor foi a atração seguinte, com
o sucesso País Tropical, dançado por mais de mil bailarinos do baile charme de
Madureira, festa tradicional na zona norte do Rio de Janeiro.
Fonte/Foto:
Vinícius Lisboa - Repórter da Agência Brasil/Reuters - Antonio Bronic

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