SORVETERIA NO PARÁ TEM CARDÁPIO EM INGLÊS E SABORES COMO TAPIOCA E PIRARUCU




Sorvete de cumaru, taperebá ou pirarucu defumado numa casquinha aromatizada com açaí. Foi usando frutas e sementes do interior da Amazônia que o engenheiro de produção Tiago Silva, 30, atraiu moradores e turistas desde a inauguração.
Em março deste ano, ele abriu a Boto Sorveteria Artesanal em Santarém, no Pará, a 1.300 km de Belém. "Tínhamos fila na porta e eu fazia sorvete até 4h da manhã", conta.
Além do público local, o negócio faz sucesso também com turistas estrangeiros que chegam à cidade a bordo de navios de cruzeiro vindos da Europa. "Temos cardápio em inglês e recebemos pessoas do mundo todo, curiosas para conhecer os sabores da Amazônia", diz.
Hoje em dia, ele produz 200 litros de sorvete por semana e vende 8.000 bolas por mês. Cada sorvete custa R$ 8 e o quilo sai por R$ 60.
"Ficamos abertos das 13h às 23h30, mas nem sempre consigo fechar no horário", afirma Silva. 
Sabores da Amazônia
Entre os sabores vendidos na Boto estão o creme de cumaru, semente com sabor parecido com a baunilha, o taperebá, fruta cítrica de sabor forte, e o pirarucu defumado, um dos maiores peixes de água doce do Brasil.
Para quem prefere sabores mais tradicionais, há opções como castanha do Pará e tapioca.
Para acompanhar, a sorveteria produz suas próprias casquinhas, aromatizadas com açaí, maracujá, pasta de amendoim e goiabada.
"Tem gente que vem aqui só para tomar café e comê-las, como se fossem biscoito", diz Silva.
Dois funcionários e equipamento importado
Para produzir uma sobremesa natural, livre de conservantes e outros produtos químicos, Silva se especializou como mestre sorveteiro em uma escola de São Paulo. Também criou uma rede de fornecedores locais para garantir frutas frescas o ano inteiro.
O investimento inicial foi de R$ 130 mil. Para dar conta da alta procura, contratou dois novos funcionários e comprou equipamentos, com um aporte adicional de R$ 15 mil.
Segundo ele, seu sorvete exige cuidado especial no manuseio e armazenamento para não perder a qualidade. "Por isso, os maquinários foram importados da Rússia, Itália e França", afirma.
O faturamento mensal é de R$ 56 mil e o lucro não foi revelado. O empresário diz que espera ter o retorno do capital investido nos próximos seis meses.
Silva começa a planejar o futuro e diz que busca o formato ideal para expandir para outras cidades da região, como interior do Amazonas e Mato Grosso. "Ainda não decidi se vai ser loja própria ou franquia, mas a ideia é não parar por aqui", declara.
Negócio em cidade pequena é arriscado
Segundo o consultor de marketing do Sebrae Guilherme Lui, o empresário foi inovador ao combinar a "gourmetização" do sorvete com a valorização dos alimentos locais, criando um negócio atraente também para os turistas.
Ele afirma que investir em uma cidade pequena, longe dos grandes centros, pode ser um risco para a sustentabilidade do negócio, passada a fase da novidade. "Por isso, manter a atratividade para o público internacional é fundamental", diz.
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Fonte/Foto: Michelle Aisenberg - Colaboração para o UOL, em São Paulo/Cristiano Santa Cruz

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