SECA NO AMAZONAS COMEÇA A PREOCUPAR ÓRGÃOS DE MONITORAMENTO
Agente da Defesa Civil aponta a situação do rio Jurua, em Guajará |
Uma das principais preocupações é com a trafegabilidade das
embarcações nas calhas do Purus e Juruá
O
regime de chuvas no Amazonas está normal, mas o nível dos rios não se apresenta
na sua normalidade, o que preocupa os órgãos de monitoramento, visto que quase
todo transporte da região é feito via fluvial. “A nossa preocupação é com a trafegabilidade,
o abastecimento e o bem estar social das comunidades que vivem a beira desses
rios, onde a estiagem foi antecipada”, disse o secretário executivo da Defesa
Civil do Estado, Fernando Pires Júnior.
Pelo
menos oito municípios das calhas do Juruá e Purus seguem em estado de atenção
por conta dos níveis baixos dos rios nessas regiões. As cidades estão em
processo natural de vazante, mas se aproximam dos níveis históricos de
estiagem, de acordo com dados da Defesa Civil do Amazonas. Mas ainda não há
isolamento de comunidades, desabastecimento de alimentos, danos humanos,
materiais e econômicos que possam levar a situação de emergência.
Em
Guajará, cidade referência para os demais municípios da calha do Juruá, o nível
do rio é de 3,18 metros, faltando apenas 98 centímetros para atingir a cota da
maior estiagem registrada, que foi em 1995 quando chegou a 2,20 metros. Em Boca
do Acre, referência do Purus, a marca histórica da vazante foi em 1998, quando
o nível do rio chegou a 3,49 metros. Para alcançar o mesmo registro de 18 anos
atrás, faltam 1,45 metros, isso porque o rio está medindo 4,94 metros.
Fernando
Pires destacou que técnicos da Defesa Civil do Estado estão nos dois municípios
monitorando diariamente os níveis do Juruá e Purus para, em caso de vazante
maior que as históricas, decretarem situação de emergência na calha desses
rios. “As prefeituras estão fazendo levantamento de pessoas que podem ser
afetadas e qualquer situação anormal em relação às comunidades que vivem as
margens dessas calhas vamos tomar providências. Mas a primeira resposta é do
município”, salientou.
De
acordo com o Centro de Monitoramento e Alerta (CEMOA), da Defesa Civil do
Estado, a descida dos rios nessas regiões, que estava prevista para agosto, se
antecipou para os meses de junho e julho. “É uma situação preocupante, reflexo
das mudanças climáticas que tivemos no ano passado e início desse ano por conta
do El Niño. Pelo cenário se vislumbra um pior desastre, mas ainda não podemos
falar de estiagem grave porque não sabemos como vai se comportar o clima e
hidrologia”, destacou Fernando Pires.
Estado
de Atenção
O
estado de atenção é o primeiro estágio de um desastre, que pode evoluir para um
alerta e posteriormente para uma situação de emergência, e foi emitido pela
Defesa Civil do Estado para os municípios que compreendem as calhas do Purus
(Boca do Acre, Canutama, Lábrea, Tapauá, Pauiní e Berurí) e do Juruá (Guajará,
Juruá, Eirunepé, Itamarati, Ipixuna, Envira, Cararuari).
Estado
de Emergência
O
nível do rio Acre em Rio Branco (AC) está 1,65 metros abaixo da cota média do
mês de julho e a apenas 0,36 metros de atingir o mínimo histórico registrado em
abril de 2011. No último dia 7, o Governo do Estado do Acre decretou estado de
emergência nos municípios de Rio Branco, Xapuri, Epitaciolândia, Brasileia,
Assis Brasil, Porto Acre, Bujari, Plácido de Castro (Vila Campinas) e
Acrelândia em decorrência da estiagem.
Na
estação de Boca do Acre, no rio Purus, a cota atual encontra-se apenas 0,19
metros acima da cota observada no mesmo período no ano de 1998, quando ocorreu
a vazante histórica. Na bacia do Negro – em São Gabriel da Cachoeira – o nível
do rio Negro está a 0,45 metros de atingir a cota de emergência (11,48 metros).
No Porto de Manaus, o rio Negro passa por período de estabilidade, baixando
apenas 0,07 metros na última semana.
A
bacia do Solimões, os níveis nas principais estações do rio indicam o fim do
período de cheia. Nas estações de Itapeuá e Manacapuru, os níveis baixaram
respectivamente 0,15 e 0,10 metros na última semana. Já na bacia do Amazonas,
as estações monitoradas estão finalizando período de cheia com níveis abaixo da
média para época. A bacia do Madeira –
Em Humaitá – o rio segue monitorado e em processo de vazante com níveis abaixo
da média para época.
Alerta
A
Defesa Civil do Amazonas também volta às atenções para o Acre pelos os níveis
baixos do rio Acre, que levou o Estado do Acre, a decretar situação de
emergência por conta da estiagem. O desastre no Estado vizinho poderá afetar
municípios do Amazonas, como Boca do Acre que é banhado tanto pelo rio Purus
como pelo rio Acre.
Fonte/Foto: Silane Souza – A Critica/Divulgação Defesa Civil do AM
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